Nesta quinta, 26, as ações da Petrobras lideraram as quedas do Ibovespa após o anúncio da escolha de Jean Paul Prates como novo presidente da petroleira pelo conselho de administração. Veja os detalhes.
Prates, que foi indicado pelo presidente Lula, foi aceito como membro do conselho e nomeado presidente interino da Petrobras até o dia 13 de abril, data que acontecerá a assembleia geral de acionistas onde poderá ser anunciado o novo CEO formalmente.
A chegada de Prates no cargo já era aguardada, no entanto o mercado está receoso com o que pode vir daqui pra frente. O receio vai desde a extinção da política de paridade internacional de preços (PPI) até um redirecionamento dos dividendos da empresa.
A política de paridade internacional permite que a petroleira suba o preço dos combustíveis conforme o valor do petróleo no mercado internacional cresce. Nesta semana, a Petrobras comunicou um novo aumento no preço da gasolina acompanhado a alta da commodity no mercado exterior, e as ações da estatal estavam se fortalecendo nos últimos dias.
Mas, este aumento foi determinado pela diretoria atual da petroleira, que pode sair do comando em breve. O mercado se preocupa com a indicação de nomes que acabem com o arranjo atual.
“O Prates é um nome técnico, com experiência profissional e acadêmica no setor. Mas sua indicação é a abertura de uma porta de incertezas, já que não se sabe se as demais indicações do governo para o conselho serão técnicas ou políticas”, disse Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos ao Exame.
Já o PPI, também tem relação com outro grande medo do mercado, o futuro dos dividendos da Petrobras. Jean Prates já havia dito que pretende criar um fundo de estabilização para amenizar a volatilidade do preço do petróleo nas bombas e os dividendos da Petrobras seriam, juntamente com os royalties, a maneira de financiar esse projeto.
“O mercado acompanhará os primeiros passos da conduta de Prates e, fundamentalmente, a decisão da companhia quanto à distribuição de proventos no quarto trimestre de 2022”, disse Arbetman.
No último ano, a Petrobras distribuiu dividendos bilionários e liderou o ranking de maior pagadora de dividendos do mundo com os R$ 88 bilhões distribuídos no segundo trimestre de 2022.