Pix ajuda nas investigações de financiadores dos atos em Brasília. Confira quem já foi descoberto

O PIX, ferramenta de pagamentos do Banco Central, foi usada como forma de arrecadar fundos para os atos golpistas que aconteceram no último dia 8, em Brasília. Através de vídeos e trechos de conversas através do WhatsApp que foram obtidos pela Reporter Brasil, é possível constatar o empenho de empresários para obter recursos e manter acampamentos de apoiadores do ex-presidente Bolsonaro que reivindicavam uma intervenção militar.

A chave PIX de uma loja de informática localizada em Xinguara, no sul do Pará, estava sendo divulgada por fazendeiros da região para obter verbas para o ato terrorista. Os depósitos era direcionados para a USA Brasil de Xinguara. A loja é associada ao empresário Ricardo Pereira da Cunha, conhecido como Ricardo da USA Brasil.

O nome do empresário foi citado por um dos três envolvidos  no atentado a bomba em Brasília em dezembro do ano passado. Ao ser preso, George Washington de Oliveira Sousa informou para a  polícia os números de dois empresários do Pará para avisar sobre o que estava acontecendo. Um destes números pertencia a Cunha, de acordo com o jornal Correio Braziliense.

Ricardo Cunha, que não é investigado pelo ataque, integra o movimento Direita Xinguara, famosos por apoiar fortemente o ex-presidente Bolsonaro e pelos ataques ao presidente Lula e a esquerda. 

De acordo com as conversas privadas que foram obtidas pela Reporter Brasil, empresários que tinham relação com o grupo repassaram a vaquinha na conta da USA Brasil para bancar atos golpistas desde novembro do ano passado.

Entre os nomes de empresários envolvidos nesta arrecadação está o de Enric Juvenal da Costa Lauriano, que esteve pessoalmente no ato golpista  nas sedes dos Três Poderes no domingo, 8. “Ó que lindo, que lindo! O povo tomando aqui, ó!”, disse Lauriano, enquanto gravava os absurdos cometidos. Ele transmitiu tudo através de seu perfil no Instagram. Lauriano não está na lista de presos após o atraque em Brasília.

De acordo com a polícia especializada em lavagem de dinheiro e empregados do Banco Central afirmaram que as doações através do PIX serão imprescindíveis para os investigadores descobrirem quem organizou o ataque terrorista. “É uma ferramenta extremamente poderosa dentro desse contexto investigativo e não tenho dúvidas de que será usada”, disse Bernardo Mota, ex-funcionário do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ao UOL.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.