No dia 12 de janeiro a Caixa Econômica Federal anunciou a suspensão do oferecimento do crédito consignado do Auxílio Brasil. O banco público foi o principal operador desse produto, chegando a liberar mais de R$ 112 milhões em recursos em apenas um dia. No entanto, sob nova direção, agora com a presidência de Rita Serrano, o banco estatal decidiu pausar o empréstimo.
O crédito consignado do Auxílio Brasil foi criticado por muitas vezes. Tanto especialistas financeiros como órgãos de proteção ao consumidor emitiram alerta sobre o risco que esse produto oferecia as famílias mais vulneráveis. Isso porque, o fato de diminuir o valor do benefício de complemento de renda para pagamento de um empréstimo não foi bem visto.
Durante campanha eleitoral, Luís Inácio Lula da Silva (PT), agora presidente eleito, também demonstrou desaprovação em relação ao produto. Tanto, que sob comando da Caixa, sua escolhida, Rita Serrano, decidiu evitar que novas liberações desse produto fiquem disponíveis.
Por isso, quem ainda não contratou o consignado do Auxílio Brasil, mas tem interesse, não conseguirá mais fazê-lo na Caixa Econômica. Ao todo, 12 bancos foram habilitados a oferecer esse empréstimo, mas apenas a Caixa liberou tanto crédito e foi a mais escolhida. Uma das razões é o fato de que o pedido acontecia no Caixa Tem, mesmo canal em que o Auxílio Brasil tem sido pago.
Por que o consignado do Auxílio Brasil foi suspenso?
Rita Serrano não escondeu os fatores que levaram a suspensão do consignado do Auxílio Brasil. Pelo contrário, por nota foi dito que “a linha de crédito passará por uma revisão completa de parâmetros e critérios“. Durante seu discurso de posse ao banco, a presidente trouxe dois pontos que explicam o fim do empréstimo pela Caixa:
- Revisão da taxa de juros que chega a 3,5% ao mês, o que é visto como muito alto para um crédito consignado;
- Anuncio do Ministério do Desenvolvimento Social sobre a revisão dos dados dos beneficiados. De acordo com o banco, até que essa revisão seja feita não é possível liberar crédito para quem pode ser excluído do programa.
Não é mais preciso pagar pelo consignado do Auxílio Brasil?
Pelo contrário! De acordo com Rita Serrano, os contratos ativos que resultam em dívidas pelo empréstimo consignado do Auxílio Brasil continuam em dia. Ela inclusive descartou as chances de que o grupo que contratou o produto tenha sua dívida perdoada.
O que mudou a partir do dia 12 de janeiro foi o fato de que não é possível fazer novos pedidos de crédito consignado, mas aqueles que já foram solicitados continuam tendo o desconto no pagamento do Auxílio Brasil. Devido as altas taxas de juros, esse público deve ser incluso no programa Desenrola Brasil em que será possível negociar a dívida total com condições mais vantajosas.