Clientes desta corretora de criptomoedas recebem má notícia e estão desesperados

A empresa brasileira que diz operar com locação de criptomoedas, Braiscompany, está atrasando os pagamentos dos investidores. De acordo com uma reportagem do portal InfoMoney, os investidores afirmaram que os valores deveriam ter sido pagos no último dia 30 de dezembro mas que ainda não o receberam.

A empresa sediada no município de Campina Grande (PB), faz a captação de criptomoedas de pessoas e paga uma remuneração que, de acordo com os investidores, pode chegar a 9% todos os meses. O modelo utilizado pela Braiscompany é parecido com o adotado pela Rental Coins, que integrava um esquema fraudulento com cripto criado pelo “Sheik das Criptomoedas”, que foi preso em 2022.

“Iríamos receber R$ 7 mil (no dia 30), já que o rendimento de dezembro foi de 7%. Não recebemos. Isso está deixando cada vez mais claro que há um problema de liquidez na empresa”, disse ao InfoMoney um dos clientes da empresa  que investiu R$ 100 mil no ano passado. Até o momento, ele obteve apenas  20% do valor.

“Não consegui receber (no mês passado). Fiz um contrato de R$ 20.000 e outro de R$ 8.400, o que daria R$ 2.000 em média (por mês)”, disse um outro cliente ao InfoMoney.

No site de reclamações ReclameAqui a página da Braiscompany recebeu diversas reclamações parecidas ao longo das últimas semanas. Por conta do alto número de comentários com críticas no perfil do Instagram da empresa, os comentários foram fechados.

O InfoMoney contatou através de email a empresa e solicitou mais detalhes sobre a razão para o atraso dos pagamentos mas não teve resposta.

A Braiscompany chegou a afirmar para alguns clientes ainda em 2022 que a razão para a demora na liberação dos valores estava acontecendo devido a criação de um novo aplicativo para a empresa. 

Através de uma transmissão ao vivo no Instagram do advogado Artêmio Picanço, especialista e, em blockchain, na última segunda, 9, Antonio Inacio da Silva Neto,o CEO da Braiscompany mudou esta versão e disse que a responsável pelos atrasos é a Binance, corretora da qual a empresa afirmou que depende 100% para operar e fazer pagamentos.

“A Binance vem travando os saques e transferências sempre que ultrapassamos o limite de três, quatro ou cinco Bitcoin (BTC). Ela trava por alguns minutos, destrava, desbloqueia, trava novamente. Isso vem acontecendo desde novembro e se agravou em dezembro”, disse ele.

A Binance, por sua vez, disse através de nota remetida ao InfoMoney que “realiza quaisquer ações em contas que não sejam devidamente embasadas nos termos e condições, contratos e políticas vigentes e aceitos por todos os usuários”. A empresa não citou o nome da Braiscompany neste comunicado.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.