Mercado de criptomoedas recebe péssima notícia neste país

Foram rejeitadas pelo principal grupo de lobby cripto de Cingapura, as propostas do banco central para impossibilitar que empresas cripto emprestem tokens digitais de clientes de varejo, alegando que esta medida é é “excessivamente restritiva”.

Para a Associação Blockchain de Cingapura este controle geral poderia, ao contrário disso, levar as pessoas a irem atrás de empresas offshore não regulamentadas para emprestar seus tokens, segundo um retorno de 11 páginas remetidas no final de dezembro para a MAS ( Autoridade Monetária de Cingapura) e que foi lido pela Bloomberg News.

O documento não concordava em pontos como o oferecimento de incentivos de varejo, mesmo que concordasse com idéias como proibir que clientes pegassem empréstimos para adquirir tokens  criptográficos e segregar os ativos do cliente dos próprios da empresa.

A respeito da questão de empréstimos de tokens, a associação afirmou que isto faz com que os clientes ganhem rendimento, um dos pontos atrativos de se manter tokens de pagamento digital. É planejado pelo banco central de Cingapura diversas medidas mais severas para a proteção dos clientes de varejo do volátil mercado de criptomoedas.

Entre as medidas está a restrição para as empresas emprestarem ou apostarem suas moedas para gerar rendimentos e impedir que indivíduos peguem empréstimos para financiar compras de tokens.

“Estamos propondo uma abordagem mais comedida e direcionada, incluindo duplicar a educação dos consumidores sobre os riscos de lidar com entidades não regulamentadas e aumentar as atividades de fiscalização daqueles envolvidos em atividades regulamentadas sem as aprovações regulatórias necessárias”, disse Chia Hock Lai, presidente do conselho da associação em resposta a solicitação da Bloomberg para falar sobre o documento.

O documento de consulta do MAS em outubro foi publicado depois de várias quebras do segmento cripto na cidade-estado, inclusive do fundo de hedge Three Arrows Capital e as plataformas Vauld e Hodlnaut. 

Desde este momento, o colapso da FTX e de suas entidades escancararam os riscos de regulamentação e proteção ao cliente, ao passo que enfrentaram alegações de má conduta, incluindo bilhões de dólares em fundos de clientes.

“As medidas propostas, embora bem-intencionadas, podem ter consequências não previstas se implementadas em sua totalidade, incluindo levar os consumidores a migrar para provedores de serviços não regulamentados”, afirmou Chia a Bloomberg.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.