Está tendo dificuldade em conseguir um empréstimo online? Suas fotos podem estar dificultando o processo

O smartphone é o principal dispositivo usado pelos brasileiros para acessar a internet, segundo dados do IBGE de 2021. Porém, a pouca qualidade das câmeras e armazenamento de fotos dos equipamentos e o baixo letramento digital ainda são desafios enfrentados por clientes bancários na hora de solicitar empréstimos via celular.

Foto ruim vira barreira para empréstimos

Veja o caso da Stoque, empresa de soluções de automação digital para processos e documentos. O principal motivo de pendência e a não aprovação automática de pedidos de empréstimo consignado, com 21% dos casos, observado no primeiro semestre de 2022 foi por foto do cliente inválida, com olhos fechados, atenção desviada ou presença de terceiros na imagem.

Em segundo lugar, com 15%, ficou a foto do documento de identificação inválida ou incompleta, como ausência de frente ou verso, foto feita a partir de uma tela ou de uma cópia e digitalizada.

Estes dados dizem respeito aos mais de 1,8 milhão de solicitações de empréstimos consignados realizadas entre janeiro e junho deste ano por meio da plataforma de automação de crédito desenvolvida pela Stoque, sendo que o principal dispositivo usado pelos clientes é o celular.

Segurança e Tecnologia

Segundo Roberto Carrasco, CTO da Stoque, apesar da corrida dos bancos para a digitalização e automação de processos, buscando aumentar a eficiência e melhorar a experiência do usuário, o acesso limitado da população a smartphones com espaço de armazenamento para o aplicativo do banco e qualidade da câmera ainda é uma realidade de boa parte dos clientes bancários, assim como a falta de letramento digital.

De acordo com o IBGE, dos 28,2 milhões de brasileiros com 10 anos ou mais de idade que permaneciam sem conexão à internet em 2021, 42,2% disseram não saber usar a rede e 20% apontaram motivos financeiros para a falta de acesso.

Carrasco ainda aponta que há casos em que a pessoa não consegue mexer no aplicativo, não compreende o que é preciso fazer ou possui documento rasurado ou até mesmo antigo, em que a tecnologia, mesmo com todos os avanços, tem dificuldades de verificar a veracidade.

Também aparecem as situações em que a foto, seja do documento ou da própria pessoa, vem de forma irregular, com algum tipo de montagem ou de alguém em vulnerabilidade, como acamado, e isso pode ser um indicativo forte de fraude

Mas, se por um lado, os bancos e instituições financeiras ainda enfrentam desafios com a captura  e qualidade dos equipamentos dos clientes, por outro, a tecnologia por trás dos aplicativos está cada vez mais avançada, gerando mais eficiência e melhorando a experiência do cliente mesmo com algumas barreiras impostas.

A tecnologia SDK, por exemplo, possibilita a captura de imagens de alta qualidade pelos dispositivos móveis. Essa tecnologia consegue guiar a pessoa no momento da retirada da foto, orientando sobre a forma correta e sinalizando se há algo errado, se a foto ficou com boa qualidade, por exemplo.

“Isso ajuda muito as pessoas que têm dificuldades em lidar com a tecnologia e evita que ela perca o interesse em usar o aplicativo ou solicitar um produto pelo celular. Além disso, a tecnologia SDK possibilita submeter tanto o documento de identidade quanto a selfie do cliente a um facematch, ou seja, um check duplo para ver se os dados daquele documento pertencem à mesma pessoa da foto. E isso ocorre em poucos segundos”, diz Carrasco.

Já o OCR (Reconhecimento Óptico de Caracteres) é uma outra ferramenta capaz de fazer a captura e extração de dados de forma automatizada e, assim como o SDK, atua de forma integrada com outras tecnologias.

Segundo dados da plataforma da Stoque, 60% dos pedidos de crédito consignado já são analisados totalmente por robôs, sem passar por intervenção humana, contribuindo para maior agilidade e prevenção de fraudes.

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Victor Barboza
Meu nome é Victor Lavagnini Barboza, sou especialista em finanças e editor-chefe do FDR, responsável pelas áreas de finanças, investimentos, carreiras e negócios. Sou graduado em Gestão Financeira pela Estácio e possuo especializações em Gestão de Negócios pela USP/ESALQ, Investimentos pela UNIBTA e Ciências Comportamentais pela Unisinos. Atuo no mundo financeiro desde 2012, com passagens em empresas como Motriz, Tendere, Strategy Manager e Campinas Tech. Também possuo trabalho acadêmicos nas áreas de gestão e finanças pela Unicamp e pela USP. Ministro aulas, cursos e palestras e já produzi conteúdos para diversos canais, nas temáticas de finanças pessoais, investimentos, educação financeira, fintechs, negócios, empreendedorismo, psicologia econômica e franquias. Sou fundador da GFCriativa e co-fundador da Fincatch.