Invasão nas sedes dos 3 Poderes pode significar isto para o mercado e estrangeiros

O Brasil presenciou momentos de horror neste domingo, 8, com a invasão golpista na sede dos Três Poderes em Brasília. O acontecimento foi encarado como um péssimo sinal para o mercado financeiro, pois atos antidemocráticos não são bem vistos pelos investidores, especialmente os estrangeiros.

“‘Pro mercado, o sinal é péssimo, especialmente àqueles que muitas vezes respondem por metade de nosso fluxo”, disse o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira em suas redes sociais, ao se referir ao fluxo de capital externo no mercado nacional.

“O 6 de janeiro nos EUA foi um movimento burro, de vandalismo, sem absolutamente nenhum resultado concreto e abriu uma caixa de pandora para a situação gritar “lobo” pra qualquer coisa. Congressistas lá já disseram que “foi pior que o holocausto e o 11/9”, pra vcs entenderem… O 8 de janeiro vai ter o mesmo efeito, com caça às bruxas, eventos de ordem jurídica com E sem razão, fortalecimento do discurso do judiciário e tal atitude anti-democrática vai criar novas atitudes anti-democráticas, ao invés de criar um oposição forte com tudo que conquistou”, disse Vieira em seu Twitter.

Mesmo que a situação de Brasília se acalme e se recupere no curto prazo, os próximos dias prometem ser tensos nos mercados, uma vez que é preciso retomar o andamento normal das instituições.

Olhando este cenário, na visão do economista André Perfeito, o novo governo comandando por Lula está em uma complicada situação. Isto pois para conter os protestos foi preciso uma operação militar para garantir a lei e a ordem (GLO)

Porém, uma parte das Forças Armadas está resistente ao pedido. Perfeito destaca que o “silêncio dos militares” não passa sem ser notado.

Em sua visão, será esta “crise institucional” que irá se refletir sobre o dólar e o Ibovespa. “Uma crise institucional está se instalando e isso deve ter efeito sobre o preço dos ativos financeiros”, disse ele ao MoneyTimes.

Por fim, ele diz que diante desse cenário é razoável pensar que a percepção de risco vai aumentar. “E assim os juros devem subir, com efeitos na bolsa e outros ativos”, disse.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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