A valorização dos usados e seminovos nos últimos anos irá promover um fenômeno incomum no Brasil em 2023: mesmo com os veículos ficando um ano mais velhos, o preço do IPVA deste ano vai ficar mais caro.
Para calcular o valor do IPVA, os governos estaduais, responsáveis pela cobrança do tributo, pegam o preço do carro, avaliado pela Tabela Fipe. Em cima desse valor de venda de veículos novos e usados, os estados aplicam uma alíquota, de acordo com a categoria do veículo.
Este levantamento, por sua vez, é baseado nos valores de mercado aplicados em transações de veículos que foram apurados entre o período de setembro a outubro de 2022.
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Por exemplo, de acordo com levantamento realizado pelo Jornal Nacional, no estado de Goiás, as alíquotas do IPVA são as mesmas cobradas há oito anos, indo de 1,25% até 3,75%.
Apesar desse congelamento, os donos de veículos automotores do estado estão apreensivos com o provável aumento no valor a ser pago no imposto em 2023 devido à valorização dos bens.
O impacto dos novos preços afetará o IPVA?
Segundo o presidente da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores, Enilson Sales, o processo que levou à valorização dos usados e seminovos ainda é reflexo da pandemia da Covid que paralisou fábricas, afetando a produção de semicondutores usados na fabricação dos veículos zero quilômetro.
“A falta de componentes eletrônicos afeta os carros novos, a princípio, porque eles vão equipar os carros nas montadoras. Faltou, afeta os carros novos. Faltando carros novos, o preço do usado começa a crescer porque quando o consumidor vai à rua para comprar um carro novo e não encontra, encontra o usado”, explicou Sales.
Este aumento de preço dos veículos seminovos e usados ocorreu em todo país. No Mato Grosso do Sul, os preços subiram em média 9%; no Rio de Janeiro, quase 10%. Em São Paulo, o percentual médio foi ainda maior, quase 11%. Em Alagoas, 11,3%.
Por isso, boa parte dos consumidores do mercado automotivo que está buscando trocar de carro está levando em consideração o aumento de preços e o valor do IPVA.
“Carro, tanto usado como novo, IPVA exorbitante. Não cabe mais um bolso. Aí tem que pechinchar mesmo. Tem que procurar, senão não consegue não”, disse um dos entrevistados pelo telejornal.
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