Quer investir em dólar em 2023? Conheça os caminhos para ganhar com o câmbio

Pontos-chave
  • Diante das incertezas de 2023, debates sobre proteção do patrimônio em moeda forte crescem
  • Dólar passou por uma queda de 5,10% no último ano

A projeção de um cenário complicado para este ano, diante de uma economia mundial bastante frágil e da questão fiscal que vem preocupando o mercado doméstico, reabriram os debates sobre proteção do patrimônio em moeda forte. Por um lado, os juros em alta nos Estados Unidos pode atrair mais recursos e levar o dólar para as alturas, no entanto, especialistas orientam que neste momento é preciso ter cautela.

“O dólar como estratégia de proteção e diversificação dos recursos faz todo sentido. No entanto, é preciso ter em mente que as modalidades de investimento têm características próprias e, assim, reúnem vantagens e desvantagens comparativas”, afirmou ao InfoMoney Wander Vicente, planejador fiduciário na Fiduc, fintech de planejamento financeiro e gestão de patrimônio.

No Brasil, o dólar passou por uma queda de 5,10% no último ano. Já para 2023, ainda é difícil prever como será e os especialistas concordam apenas que é preciso que os investidores pensem em seu perfil de risco e que busquem com atenção alternativas de diversificação internacional.

“É importante estar ciente que há riscos de se investir no exterior, assim como no Brasil, pois o mercado está sob a influência dos fatores e condições daquele país onde os ativos se encontram”, disse ao InfoMoney Marcos Almeida, diretor da WIT Exchange.

Veja algumas maneiras de dolarizar sua carteira em 2023:

Fundos cambiais

Entre as primeiras opções que aparecem na cabeça do investidor quando se pensa em dólar são os fundos cambais. Estes portfólios podem alocar pelo menos 80% do patrimônio em ativos ligados ao dólar e à variação cambial. Algumas vantagens são a gestão profissional, alta liquidez e baixo valor de entrada.

A tributação começa em 22,5% sobre a rentabilidade para aplicações de até 180 dias e é reduzida  para 15% caso o prazo seja maior a 720 dias. Será cobrado ainda, se houver resgate em um período de menos de 30 dias, o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

ETFs  para diversificação

Um outra forma de investir em dólar é através dos fundos de índices com cotas negociadas na Bolsa. Mas, para isso, o investidor deve selecionar um produto que acompanhe uma referencial fora do Brasil e que esteja exposto à variação cambial.

Entre os ETFs de mercados internacionais mais conhecidos e que incorpora as oscilações do câmbio, está é o IVVB11, que busca seguir a variação do S&P 500, um dos índices principais de ações do mercado americano. 

“Uma vantagem nítida é a maior diversificação do investimento (uma vez que os recursos estão alocados em uma cesta de ativos) a um custo reduzido, além da facilidade de negociação”, disse ao InfoMonet Wander Vicente, da Fiduc.

BDRs

Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são recibos negociados na bolsa brasileira que tem lastro em ações emitidas no exterior e acompanham a variação desses papéis. O investidor pode comprar os ativos em lotes ou de maneira unitário e a transação é bem simples, também através de home broker.

O site da B3 destaca como vantagem da modalidade seu custo, uma vez que os investidores evitam a cobrança de taxas de compra e venda de moedas estrangeiras, como o IOF de 1,1% e o spread (ganho do prestador de serviço de câmbio), que está por volta de 2%.

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Conta no exterior

Diante do avanço dos bancos digitais nos últimos anos, a abertura de conta no exterior para movimentações mais simples ou investimentos mais arrojados ficou mais fácil. “Creio que é um segmento no qual haverá crescimento exponencial no Brasil”, disse Vicente, do Fiduc ao InfoMoney.

Diante do receio causado pela política fiscal no novo governo comandado pelo presidente Lula, a migração de uma parcela dos investimentos para o exterior cresceu. Uma opção procurada  pelos investidores  brasileiros são os chamados bonds, que são títulos de renda fixa que ficaram mais rentáveis com o crescimento de juros nos Estados Unidos.

“De forma geral, o brasileiro já conhece a renda fixa e essa é uma maneira de diversificar o patrimônio”, disse Diego Correia, gestor da área de investimentos internacionais da XP ao InfoMoney.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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