Estresse financeiro: conheça este fenômeno que atinge 9 em cada 10 brasileiros

Pontos-chave
  • Estresse financeiro atinge pessoas de diversas faixas de renda
  • Dívidas são o grande motivo de estresse
  • 8 em cada 10 famílias ficaram endividadas em 2022

Praticamente todos os brasileiros sofrem com o estresse financeiro. No total, 93,8% das pessoas entrevistadas por uma pesquisa da Provu, disseram que já passaram por estresse em decorrência de problemas com dinheiro, ao passo que 59,8% relataram que tiveram algum problema de saúde por conta desta preocupação.

A pesquisa realizada pela fintech de meios de pagamento e crédito pessoal Provu entrevistou cerca de 2.300 pessoas.

Para 61% dos entrevistados, as dívidas é motivo central do estresse. Depois aparecem motivos  como gastos inesperadas (16,9%) e o desemprego (6,5%). Também foram falados outros motivos como: ser vítima de um golpe financeiro (3,6%), ter uma pessoa próxima necessitando de dinheiro (3%), não conseguir juntar dinheiro ou investir (2,9%), receber menos do que considera justo (2,6%), investir com mau planejamento (2,1%) e consumir em excesso (1%).

Diante das respostas, é possível perceber que o estresse financeiro pode ser despertado por diversos fatores e não somente a falta de dinheiro. A falta de organização e planejamento financeiro  também causam este tipo de problema que não fica restrito a pessoas com renda mais baixa. 

De acordo com a pesquisa, para 97% dos entrevistados a educação financeira pode contribuir para evitar este tipo de estresse.

Segundo o CEO da Provu, Marcelo Ramalho, a educação financeira não é muito comum em nosso país. “Embora venha evoluindo principalmente com conteúdos na internet, historicamente a população não tem um forte incentivo à educação financeira. No entanto, a pesquisa da Provu já mostra que os brasileiros têm consciência do quanto as noções básicas sobre dinheiro são impactantes até mesmo na saúde mental”, disse ele ao E-Investidor.

“Reconhecer o problema e buscar informações são passos fundamentais para gerar mudanças de comportamento que trarão conquistas financeiras no futuro – e menos estresse com dinheiro”, finalizou Ramalho.

Endividamento alcança 8 em cada 10 famílias brasileiras 

Foi divulgada a nova Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor realizada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), revelando que no mês de setembro, a quantidade de famílias endividadas atingiu os 79,3%, o que representa o terceiro aumento seguido neste índice em 2022.

Por outro lado, este aumento de 0,3 ponto percentual, em comparação com agosto, caiu e é o mais baixo desde abril.

Grande parte das famílias que declararam estar com dívidas, 85,6%, tem contas a vencer no cartão de crédito, que também teve a alta mais elevada em um ano, com um ponto percentual.

Tipos de endividamento em %

  • Cartão de crédito: 84,6
  • Carnês: 18,8
  • Financiamento de carro: 13,2
  • Financiamento de casa: 9,7
  • Crédito pessoal: 9,0
  • Crédito consignado: 7,1
  • Cheque especial: 4,6
  • Outras dívidas: 1,7
  • Cheque pré-datado: 0,6
  • Não respondeu: 0,3

Dicas para não se endividar

Anote todos os gastos mensais

Para conseguir controlar suas despesas, sempre anote tudo em um caderno ou planilha.

Desta forma você terá uma visão completa de onde o seu dinheiro está sendo gasto. Isto também te ajuda a não se perder em meio a tantos pagamentos que devem ser feitos.

Envolva os familiares

Neste momento é importe contar com a colaboração da família no processo de organização de despesas. Cada morador da casa casa pode trazer idéias de como  reduzir as contas ou obter mais dinheiro, através de um trabalho extra ou da venda de artigos que não são mais usados.

Evite os gastos desnecessários

Neste momento de ajuste de despesas, verifique de que forma você pode economizar.

Não menospreze pequenas economias como apagar a luz ao sair de um cômodo, tomar banhos mais rápidos, utilizar o chuveiro na posição verão e juntar uma maior quantidade de roupas antes de lavar.

Cada família possui um estilo de vida e suas necessidades que indicarão os gastos que podem ser limados. Porém não se esqueça de que é necessário se esforçar para sair das dívidas.

Tenha uma reserva

Se você divide as contas com alguém, sejam eles parceiros ou amigos, tenha uma própria reserva financeira. Não deixe o dinheiro dos dois centralizado em uma única conta. Assim, caso surja algum imprevisto, ou alguma conta de última hora, você poderá acessar essa quantia de maneira fácil para quitar suas dívidas.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.