O Banco Central (BC) anunciou mais uma revisão da sua projeção para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022. De acordo com as expectativas da instituição, o PIB deve apresentar 2,9% de crescimento, mantendo 2023 em 1%.
O Banco Central afirma que as alterações se devem ao resultado do PIB do terceiro trimestre de 2022, que foi maior do que o esperado pela mercado financeiro.
Além disso, a revisão das séries históricas das Contas Nacionais, do IBGE, também contribuiu, pois elevou carregamento estatístico do terceiro trimestre para o PIB de 2022 e diminuindo a expectativa para o resultado do primeiro semestre de 2023.
“As projeções atuais refletem a perspectiva de que a desaceleração da atividade econômica se consolide no quarto trimestre deste ano e ao longo de 2023, sob influência da esperada desaceleração global e dos impactos cumulativos da política monetária doméstica”, apontou a autoridade monetária.
Banco Central projeta impacto do aumento do PIB
A alta na projeção do PIB para 2022 se refletiu na elevação na previsão para o setor de serviços (de 3,4% para 4,1%), que foi parcialmente compensada pelo recuo nas estimativas para agropecuária (2%) e indústria, em 0,5%.
Em relação aos componentes domésticos, a estimativa para a variação do consumo das famílias passou de 3,9% para 4,2%. Além disso, o consumo do governo também possui incrementos, passando de 0,7% para 1,6% e a da formação bruta de capital fixo (FBCF) de baixa de 0,4% para avanço de 0,7%.
“De modo geral, as alterações refletem revisões nas séries históricas, que elevaram as variações interanuais do primeiro semestre. No caso do consumo das famílias, também contribuiu a desaceleração menos pronunciada do que a prevista no terceiro trimestre”, diz o relatório.
Para 2023, a projeção de crescimento continuou em 1%, com manutenção da perspectiva de arrefecimento na demanda interna e nos componentes mais cíclicos da oferta.
Portanto, o BC sinalizou que o resultado da expansão fiscal sobre a atividade econômica opera por diferentes canais. Por um lado, maiores estímulos fiscais, através de seus efeitos diretos, podem ajudar a sustentar a demanda agregada, especialmente no curto prazo.
Entretanto, na outra parte da balança, esses incentivos fiscais adicionais, especialmente se impactarem a percepção de sustentabilidade da dívida pública, podem prejudicar as condições financeiras e o crescimento econômico.
“O resultado final depende da combinação da magnitude da expansão fiscal em projeções de curto prazo e da formulação exata do novo arcabouço”, concluiu a autoridade monetária.