Bancos e Varejistas estão PREOCUPADOS e isto pode te AFETAR

O aumento expressivo da Selic, a taxa básica de juros da economia, que subiu de 2% em 2021 para o patamar atual de 13,75% ao ano, está causando problemas para pessoas e empresas. De acordo com levantamento da Fecomércio, a inadimplência bateu recorde. 

Na virada do semestre, 29% das famílias que residem nas capitais do país estavam com alguma conta atrasada, o patamar mais alto da série, que começou em 2010.

A inadimplência em alta deixou os bancos e lojas varejistas em alerta. Foi observado que seus resultados do terceiro trimestre haviam sido impactados, ao menos em parte, pelo não pagamento dos clientes.

Isso fez com que uma maior cautela na liberação de financiamentos fosse necessária e aumentaram as reservas para possíveis perdas futuras com o crédito, diante de um cenário de juros ainda alto e do baixo crescimento da economia do país projetado para o próximo ano. 

Diante da redução dos lucros no terceiro trimestre, o Bradesco e o Santander, bancos que tem uma grande atuação no financiamento ao consumidor, aumentaram as chamadas Provisões para Devedores Duvidosos (PDD).

O Bradesco mais do que dobrou (116%) em comparação com o mesmo período do ano passado, a reserva contra possíveis calotes, que atingiu R$ 7,267 bilhões. Já o Santander, a PDD teve um total R$ 6,209 bilhões, o que representa uma alta de 68,9% em comparação com o mesmo período de 2021 e de 8% ante o trimestre anterior.

Na apresentação de resultados, Octavio de Lazari Junior, presidente do Bradesco, disse que a inflação e os juros causaram uma queda na capacidade de pagamentos dos consumidores, o que explica o crescimento na inadimplência e o salto nas provisões. “A inadimplência tem nome e sobrenome: está na pessoa física, em cartão de crédito e em crédito pessoal”, disse ele.

O Santander, por sua vez, já tinha dito que estava apertando a concessão de crédito no final do ano passado, antecipando o ciclo econômico, o que causou primeiramente uma desaceleração na carteira e, depois, a uma piora na inadimplência.

Este aumento na inadimplência, também atingiu às redes varejistas. Um exemplo é o  Magazine Luiza, que teve um prejuízo de R$ 166,8 milhões no terceiro trimestre, e que reservou R$ 590,4 milhões para créditos de liquidação duvidosa no cartão próprio, responsável pela maior fatia das vendas a prazo da empresa.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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