Nesta segunda, 21, Gleisi Hoffmamm, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, disse não acreditar que o presidente eleito Lula deva revelar os nomes que irão comandar os ministérios em seu governo durante esta semana.
Ela, que é uma das coordenadoras da equipe de transição, afirmou que o mercado financeiro está ansioso para conhecer os nomes de quem ficará à frente dos ministérios, porém disse que o presidente não está com pressa.
“Acho que ele não está com tanta pressa. O pessoal do mercado é que está mais ansioso. Alguns estão mais ansiosos. Acho que ele está com a coisa bem resolvida na cabeça”, afirmou Gleisi a imprensa na Câmara dos Deputados, depois de participar de um encontro com correligionários.
Depois das reações do mercado financeiro causadas em decorrência das falas de Lula a respeito do teto de gastos, ele vem sendo orientado a antecipar as indicações, no entanto, de acordo com a apuração do Valor, somente no mês que vem é que finalmente deve ocorrer a escalação dos ministros do próximo governo.
Hoffmamm, ao ser perguntada pelos jornalistas, afirmou que nenhum nome deve ser revelado nesta semana. “Não acho (que Lula anunciará esta semana). O presidente Lula está vindo para cá (Brasília) só na quarta-feira, e aí é que vai começar a conversar, vai começar a pensar. Ele não adiantou nada. Acho que essa semana é muito difícil.”
Por fim, ela descartou que a possibilidade de iniciações poderia facilitar a aprovação da PEC de Transição pelo Congresso Nacional. “Acho que essa é uma ansiedade mais do mercado do que da Casa”, disse.
O presidente eleito deseja propor uma emenda constitucional para acomodar gastos extra-teto no próximo ano e vem criticando constantemente as regras fiscais atuais do país. Investidores também não reagiram bem à inclusão do nome do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, considerado como menos ortodoxo, na equipe de transição de lula.
Na quinta, 10, o dólar cresceu 4% frente ao real, tendo seu maior ganho diário desde o começo da pandemia do coronavírus, ao passo que o Ibovespa caiu 3,35%, maior queda desde novembro do ano passado. Este movimento contrastou com a disparada dos ativos brasileiros na semana seguinte à eleição de Lula.