No dia 19 de novembro é comemorado o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. A data foi criada para reforçar a importância de ter mulheres liderando os seus próprios negócios e conquistando espaços de protagonismo. É inegável que ainda há desigualdade de oportunidades nas empresas, mas também presenciamos avanços importantes nos últimos anos.
Uma pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor feita em 2020, em parceria com o Sebrae, revelou que 57,7% dos empreendedores brasileiros são do sexo feminino. Isso quer dizer que dos 52 milhões de empreendedores do país, 30 milhões são mulheres.
Para celebrar a data, escolhemos 10 mulheres que são exemplo quando o assunto é empreendedorismo feminino. Esta não é uma lista das empreendedoras mais famosas do mundo ou com os maiores patrimônios. São referências de mulheres que chegaram a um cargo de liderança no ambiente corporativo e fazem a diferença a partir dessa conquista.
Bianca Andrade
Em 2022, aos 27 anos, Bianca Andrade entrou para a lista da Forbes das 20 mulheres de maior sucesso no Brasil. Mesmo sendo jovem, a empresária tem uma longa trajetória.
Bianca nasceu na favela da Maré, no Rio de Janeiro. Foi em 2011 que a jovem começou a produzir vídeos para o YouTube, testando produtos de beleza e fazendo maquiagens. A carioca bombou com os seus vídeos e ficou conhecida como “Boca Rosa”, nome que adotou para si e que hoje dá nome ao seu império.
O Boca Rosa Company agrega duas marcas: Boca Rosa Hair e Boca Rosa Beauty. Em 2020, o Boca Rosa Company teve faturamento de R$ 120 milhões. Já com publicidade no Instagram, Bianca chega a ganhar, por mês, entre R$ 164 mil e R$ 277 mil. A empresária também dá palestras e mentorias sobre marketing digital e empreendedorismo.
Maitê Lourenço
Formada em psicologia, Maitê Lourenço fundou uma empresa de recursos humanos em 2010, a Cia de Currículos. Quando se tornou presença frequente nos eventos de empreendedorismo, foi percebendo como tinham poucas pessoas pretas nessas reuniões. Ela costumava ser, quase sempre, a única.
Foi aí que surgiu a ideia da aceleradora BlackRocks Startups. O objetivo da nova empresa é auxiliar na capacitação de empreendedores negros e promover iniciativas que os conectem a investidores para os seus projetos.
Susan Wojcicki
Susan Wojcicki é CEO do YouTube, a maior plataforma de vídeos da internet. Porém, a sua história começa bem antes, na época do surgimento do Google. Isso mesmo, Susan fez parte do pequeno grupo que fundou a empresa.
Com formação em filosofia e história pela Universidade de Harvard e mestrado em ciências, economia e administração de empresas, Susan Wojcicki permaneceu no Google por quase duas décadas, chegando a ser gerente de marketing da multinacional.
Susan foi a principal responsável pela compra do YouTube pelo Google, em 2006. Entre 2011 e 2014, apareceu todos os anos na lista da Forbes de “mulheres mais poderosas do mundo”. Foi também em 2014 que a empresária tornou- se CEO do YouTube.
Melanie Perkins
Aos 34 anos, Melanie Perkins é uma das empreendedoras mais importantes da sua geração. Junto com o namorado, a australiana criou o projeto do Canva, plataforma que simplifica recursos de design para pessoas que não são profissionais da área.
Foram anos de estudo para aperfeiçoar a ideia e para procurar investidores para o seu projeto. Em 2013, durante uma visita ao Vale do Silício, Melanie conheceu Camaron Adams, que entrou com o aporte financeiro e finalmente o Canva foi lançado. Em menos de 10 anos, o Canva já possui valor de mercado que ultrapassa 6 bilhões de dólares.
Luiza Helena Trajano
A biografia de Luiza Helena Trajano já é conhecida por alguns brasileiros, e não à toa. Enquanto esteve à frente do Magazine Luiza, Trajano priorizou a modernização da empresa e transformou a holding em uma das maiores redes de varejo do Brasil.
Os oito anos em que atuou como presidente da empresa, entre 2008 e 2016, foram suficientes para que a sua gestão fosse considerada marcante na história do Magazine. Luiza abriu capital na bolsa de valores em nome da empresa, investiu no desenvolvimento de novas tecnologias e trabalhou para aumentar a diversidade no quadro de funcionários.
Janete Vaz e Sandra Costa
Janete Vaz e Sandra Costa, ambas formadas em bioquímica, trabalhavam no mesmo laboratório de saúde quando decidiram empreender juntas, como sócias. Foi fundado em 1984 o primeiro Laboratório Sabin, que mais tarde se tornaria Grupo Sabin. Hoje, a rede de laboratórios de saúde Grupo Sabin conta com mais de 235 laboratórios em 20 cidades brasileiras.
A união de duas mulheres com espírito de liderança resultou no título de melhor empresa para uma mulher trabalhar no Brasil, conferido em 2018 pelo Instituto Great Place to Work. Do quadro de funcionários da rede, que conta com mais de 4 mil pessoas, mais de 70% são mulheres e, dentre o grupo feminino, 74% ocupam cargos de liderança.
Catherine Mahugu
A empreendedora queniana Catherine Mahugu é fundadora da Soko, uma plataforma que conecta mais de mil artesãos da África subsaariana com todo o mundo. O foco da marca são as peças de joalheria, que serão vendidas online e também em lojas físicas.
Com apenas dois meses de lançamento, a Soko impactou de forma impressionante a vida financeira dos artesãos participantes: a renda dessas pessoas quadruplicou. A aproximação entre quem faz a peça e quem compra não fica apenas no envio da joia. Na plataforma também é possível conhecer mais da história dos artesãos e artesãs.
Heloísa “Zica” Assis
A cofundadora e sócia da rede Beleza Natural é uma mulher que começou a trabalhar aos 9 anos de idade. Heloísa “Zica” Assis já foi faxineira, babá e empregada doméstica, até que uma virada de chave na juventude mudou o rumo da sua história.
Zica é uma mulher negra. Aos 21 anos, cansada de repetir vários tratamentos para alisar os cabelos, ela decidiu fazer um curso de cabeleireiro para aprender a cuidar de fios crespos e cacheados.
Heloísa se apaixonou pela área e passou a estudar ainda mais para criar o produto ideal para o seu tipo de cabelo. Depois de encontrar a fórmula, ela decidiu abrir o próprio salão de beleza, o primeiro Beleza Natural. A procura foi imensa e não demoraram a construir as primeiras filiais do salão, que atualmente tem mais de 100 unidades.
Paola Carosella
O lado de Paola Carosella que a fama não mostra é o do empreendedorismo. A cozinheira argentina que adotou o Brasil como casa também se define como empresária. Não é para menos: além de assinar os cardápios do restaurante Arturito e do La Guapa Empanadas, a chef topou expandir o empreendimento das empanadas, que hoje conta com mais de 30 filiais.