Na última quinta-feira (10), o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, afirmou que o futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva pode ter responsabilidade fiscal e, mesmo assim, aumentar os gastos na área social. As falas foram realizadas no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
As propostas de aumento de gastos estão previstas na chamada PEC da Transição, negociada por Lula com o Congresso. No entendimento de Alckmin, o país necessita de investimentos para crescer.
A declaração aconteceu após Alckmin ser perguntado sobre a reação do mercado depois de falas de Lula a favor de gastos sociais. O presidente eleito ainda criticou o teto de gastos e políticas de austeridade.
Segundo o vice-presidente eleito, as oscilações do mercado na quinta-feira “têm inclusive questões externas”.
Em meio à repercussão das declarações de Lula, o Ibovespa, na quinta, registrou a maior baixa em quase um ano. O dólar, por sua vez, apresentou o maior aumento diário desde março de 2020.
Alckmin comenta sobre responsabilidade fiscal e responsabilidade social
Em discurso, Alckmin afirmou que “Lula já foi presidente da República, e que assumiu o governo com uma dívida de praticamente 60% do PIB [Produto Interno Bruto], e quando transferiu o governo, era menos de 40% do PIB”.
“Baixou de 60% para 40% a dívida sobre PIB, e teve resultado primário, superávit primário, todos os anos”, complementou.
De acordo com o vice-presidente eleito, “se há alguém que teve responsabilidade fiscal, foi o governo Lula”. Alckmin entende que responsabilidade fiscal “não é incompatível com a questão social”.
Ele comenta que “o que precisa é a economia crescer. É importante ter investimento público e privado, recuperar planejamento no Brasil e bons projetos”.
O vice-presidente eleito ainda se posicionou a favor da PEC da Transição, que busca oferecer, a partir de janeiro do ano que vem, o Bolsa Família de R$ 600.
De acordo com ele, “o Orçamento não foi feito pelo governo Lula e você tem um problema, o Bolsa Família, não está previsto”.
“Eu acho que não há ninguém que seja contra você enfrentar a questão da fome, pobreza gigantesca como nós temos hoje no Brasil, e você tem a continuidade dos serviços públicos, não pode interromper serviços públicos“, finaliza.