O mercado financeiro aumentou a estimativa da inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 2022 pela segunda vez consecutiva. As previsões, que fazem parte do boletim Focus, foram divulgadas pelo Banco Central nesta segunda-feira (7).
No boletim Focus mais recente, o mercado financeiro elevou a previsão de inflação de 2022 de 5,61% para 5,63%. Antes do ciclo de aumento, foi observada uma sequência de 17 semanas seguidas de previsão de queda do IPCA.
A estimativa do mercado está acima da meta de inflação para este ano, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3,5% — com uma margem de aceitação de 1.5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Para cumprir a meta de inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tende a aumentar a Selic, que é a taxa básica de juros da economia. Atualmente, a taxa Selic está em 13,75% ao ano, o que representa o maior patamar desde novembro de 2016.
Previsão do mercado para a inflação de 2022
No caso do próximo ano, o mercado manteve a previsão de inflação em 4,94%. Há quatro semanas, a expectativa dos economistas era que o IPCA chegasse a 5,00% no fim de 2023.
Para o ano que vem, o CMN definiu o centro da meta de inflação em 3,25% — com a mesma margem de tolerância em 1,5 ponto percentual. Ou seja, a perspectiva mais recente continua acima da meta para 2023.
Variação recente da inflação no país
Entre julho e setembro, o país registrou queda do IPCA. Em setembro, a inflação apresentou variação negativa de 0,29%. Nesta quinta-feira (10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o IPCA relativo a outubro.
Apesar da queda observada nos meses anteriores, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, de outubro apresentou alta de 0,16%.
Previsão do mercado para a Selic
Para o fim deste ano, os agentes do mercado mantiveram a perspectiva de Selic em 13,75% ao ano. O Copom também acompanha a sinalização de que a taxa de juros seguirá nesse patamar por um tempo maior.
Já para o encerramento do ano que vem, os economistas esperam que a Selic seja reduzida para 11,25% ao ano. A previsão mais recente se manteve em relação à indicada na semana passada.