- Lula optou por não divulgar o nome dos seus ministros antes de ser eleito;
- A troca de nomes dos cargos deve ser feita apenas em janeiro de 2023;
- Henrique Meirelles é o principal nome para ocupar o cargo que hoje é de Paulo Guedes.
Luís Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito novo presidente do país em 30 de outubro, com mais de 60 milhões de votos. Além da troca de comando do país em 1° de janeiro de 2023, quando Jair Bolsonaro (PL) deixará o cargo, o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, também será substituído. Henrique Meirelles foi o principal nome cotado para ocupar o cargo no governo petista.
A posição de ministro da Economia é vista como uma das mais importantes dentro do governo federal. Tanto, que durante os quatro anos de governo Bolsonaro o nome de Paulo Guedes foi citado centenas de vezes. O atual presidente sempre deixou claro que a opinião do ministro era de suma importância para as suas decisões. Em 2023 no governo Lula, a entrada de Meirelles na economia está sendo bem avaliada pelo mercado.
Lula já havia informado o interesse em aumentar o número de pastas disponíveis atualmente, passando a 33 ministérios. Com isso, a Esplanada passaria de 23 para 33 pastas, ao menos. Além da economia, outras ligadas ao setor seriam criadas como o Ministério das Pequenas Empresas. A campanha petista preferiu não informar os nomes dos ministros antes do candidato ser eleito.
A troca da presidência acontece apenas em 1° de janeiro de 2023, mas antes mesmo disso Lula e sua equipe devem preparar algumas divulgações oficiais sobre o nome dos próximos ministros. Serão eles os responsáveis por representar o país e as decisões do governo federal em diferentes âmbitos.
Quem é Henrique Meirelles?
Henrique Meirelles tem 77 anos, atuou como presidente do Banco Central do Brasil no governo de Lula entre os anos de 2003 e 2010. Quando Michel Temer assumiu a presidência do país, Meirelles passou para o cargo de ministro da Fazenda de 2016 a 2018. No ano de 2019, foi secretário da Fazenda e Planejamento do governo de João Doria, no estado de São Paulo.
Engenho civil formando pela USP (Universidade de São Paulo), a sua fortuna é avaliada em R$ 377 milhões. Durante a sua participação dentro do governo de Temer aprovou uma reforma trabalhista e a PEC 95, conhecida como PEC do Teto dos Gastos Públicos.
Também foi candidato à presidência do país no ano de 2018, pelo MDB, na época conseguiu 1,2% dos votos e ficou na sétima posição no ranking. Agora, está sendo cotado como um dos principais nomes a assumir a cadeira de ministro da Economia no governo Lula.
Meirelles foi bem visto na equipe de Lula
Especialistas acreditam que ao confirmar Henrique Meirelles como ministro da Economia, o recado do governo Lula seria de um gesto firme no mercado, ao escolher um nome ligado a política liberal. Fontes ouvidas pela CNN acreditam que três pontos importantes trazem destaque para a escolha deste nome.
Como o peso que o nome de Mereilles tem junto ao mercado e ao establishment econômico, a relação pessoal que o ex-ministro tem com Lula e a necessidade de uma guinada ao centro. Quando o mercado reage bem as escolhas do presidente, as chances delas se consolidarem crescem consideravelmente.
É fácil entender, já que o presidente não deve tomar decisões que possam prejudicar o funcionamento da economia do país. Por exemplo, a escolha de Fernando Haddad (PT) para o mesmo cargo, conforme apuração, teria gerado mais desconforto do mercado.
Mudanças na economia do país
Com a troca de ministro da Economia é esperado que mudanças aconteçam. Em conversa com a Folha de S. Paulo, Axel Blikstad, da BLP Asset, gestora focada no investimento em criptomoedas, acredita que com a entrada de Meirelles deve haver impulso no mercado de criptomoedas.
Isso porque, ele de ter afinidade com o tema, o ex-presidente do Banco Central foi anunciado como membro do conselho consultivo global da Binance em setembro, esta é a maior corretora mundial de criptomoedas.
“O Meirelles conhece muito sobre criptoativos e gosta do assunto, então seria um nome muito bacana para o desenvolvimento dessa classe de ativo e dessa tecnologia no Brasil”, afirma Blikstad.
O novo ministro da economia, independente de quem seja, terá que lidar ainda com um orçamento apertado. O projeto enviado pela atual equipe para o Congresso Nacional, referente aos gastos de 2023, trazem cortes em sistemas de assistência social, por exemplo.
