Pix internacional está chegando: confira tudo o que você precisa saber

Pontos-chave
  • "PIX Internacional" está em fase de testes
  • Batizado de Nexus, o objetivo é o de agilizar as transações realizadas entre pessoas físicas no mundo

O PIX, sistema de pagamentos criado pelo Banco Central, é um sucesso entre os brasileiros desde o seu lançamento. Características como rapidez, praticidade e gratuidade para os consumidores, podem explicar o êxito desta solução de pagamentos. Diante desse sucesso, uma iniciativa parecida quer levar esta experiência para outros países do mundo.

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Pix internacional está chegando: confira tudo o que você precisa saber (Imagem: Montagem/FDR)

Com o nome de Nexus, a iniciativa está sob o guarda-chuva do Bank for International Settlements (BIS), instituição que é conhecida como o “Banco Central dos bancos centrais”. Por aqui, o sistema foi apelidado de “PIX Internacional”.

O BIS, que tem sede na Suíça, está liderando o projeto que caso seja aprovado, irá ligar cerca de 60 países que já possuem algum sistema de pagamentos instantâneos.

Atualmente, o projeto está na etapa de testes chamada de “Proof of Concept”, “Prova de Conceito”, em tradução literal. Nesta fase, são realizadas simulações para observar a viabilidade das transações em grande escala. A previsão é que esta etapa inicial se estenda até o fim deste ano.

O protótipo inicial do Nexus nesta fase primeira fase, irá conectar três sistemas de pagamento: de Cingapura, da Malásia e da Zona do Euro, esta representada pelo Banco da Itália. Neste momento, o projeto faz o processamento de pagamentos simulados, sem o uso de dinheiro de verdade.

O projeto está sendo todo desenvolvido pelo BIS Innovation Hub, que realizou 30 workshops com operadores de sistemas de pagamento instantâneo pelo mundo, bancos centrais e grandes bancos que operam em mercados de câmbio e pagamentos internacionais para estabelecer  as características deste novo sistema.

Para falar sobre o projeto Nexus, o portal InfoMoney procurou um especialista, o Banco Central e o BIS.

PIX Internacional 

O objetivo do Nexus é o de agilizar as transações realizadas entre pessoas físicas juntando a infraestrutura de pagamentos dos vários bancos centrais pelo mundo em uma só plataforma.

“Isso faz sentido para que as transações possam ocorrer de forma direta entre os diferentes sistemas, permitindo maior eficiência nas operações, com mais velocidade, transparência e menos custos”, disse ao InfoMoney Pedro Barreiro, líder de expansão no Brasil da Wise, empresa especializada em remessas internacionais.

No entanto, existem três empecilhos pelo caminho: o câmbio entre moedas diversas, o processo de checagem de dados para dificultar pagamentos ilícitos e as diferentes linguagens dos sistemas de pagamentos dos países pelo mundo.

Funcionamento do PIX Internacional 

O novo sistema deve ligar o remetente e o recebedor em tempo real, sete dias por semana, 24 horas por dia, em até 60 segundos. Mesmo que ainda não existam grandes detalhes, foi destacado pelo BIS dois grandes objetivos:

Os países poderão se conectar com a plataforma Nexus ao invés de criar um padrão exclusivo para cada local. Essa conexão única permitirá que um pagamento seja efetuado para todos os países integrantes da rede. É como se o Banco Central conectasse seus sistemas no Nexus, e qualquer brasileiro usuário do PIX pudesse enviar dinheiro para outro país integrante na plataforma.

A própria plataforma poderia realizar o câmbio entre moedas diferentes de maneira mais veloz do que o formato de transferências internacionais usado atualmente. O projeto tem foco em transações de varejo, o que inclui transferências entre pessoas físicas, entre negócios, e de pessoas e negócios para e-commerces e até em maquininhas de cartões.

A partir da operação do Nexus, os usuários poderão, entre outras coisas, mandar dinheiro para um conhecido que possui conta em outro país em poucos segundos ou ainda adquirir um produto em um site de uma loja estrangeira.

Custo do Nexus 

Não foi revelado ainda como será feita a cobrança pelo uso do Nexus. De acordo com o relatório do BIS, as possíveis tarifas podemos ser reduzidas com o aumento da eficiência e da automatização dos processos.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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