Desde que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) trouxe em seu discurso de campanha a oratória sobre “voltar a fazer churrasco e tomar cervejinha“, o eleitorado de direita tem feito uma série de provocações baseado nesta promessa. Seguindo essa linha, o presidente Jair Bolsonaro (PL) ao discursar no domingo (23), também trouxe o assunto à tona. E afirmou que o Auxílio Brasil compra mais picanha que o Bolsa Família seria capaz de oferecer.
Cumprindo agenda de campanha, no domingo (23) o presidente Jair Bolsonaro discursou em um culto evangélico da Igreja Mundial do Poder de Deus, em São Paulo. Na ocasião, ele comparou o preço que se paga na picanha com o poder de compra do benefício do Bolsa Família e do Auxílio Brasil. O Bolsa Família foi criado na gestão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), que disputa a vaga de chefe da União com Bolsonaro nas eleições 2022.
Na época do Bolsa Família eram pagos mínimo de R$ 89,00 por família, com adicionais a depender da composição. Isso é, aquelas que tinham crianças, adolescentes, gestantes e mulheres, recebiam bônus e podiam aumentar a ajuda financeira. Enquanto isso, o Auxílio Brasil paga o mínimo de R$ 400 independente de como a família é composta.
Ao discursar sobre o seu governo, o presidente comparou os dois programas, e trouxe a relação com o preço da picanha. O corte da carne, visto como mais nobre devido ao preço, tem sido alvo de provocações do eleitorado da direita contra os que são contrários ao atual governo.
“Muitos oferecem o paraíso e a gente sabe que não tem nada fácil. Se compararmos o valor do bolsa família e dividirmos pelo preço da picanha, e no nosso governo, dividirmos o Auxílio Brasil pelo preço da picanha, se compra três vezes mais picanha”, afirmou Bolsonaro.
Nos principais supermercados do país, o quilo da picanha é vendido a partir de R$ 60,00. Apesar do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ter informado que em setembro o valor da picanha registrou queda pelo terceiro mês seguido.
Auxílio Brasil é aliado forte na campanha de Bolsonaro
Não é de hoje que o presidente Jair Bolsonaro tem usado o Auxílio Brasil na sua campanha de reeleição. No início desse ano foi aprovado o aumento de valor mínimo para R$ 400, foram inclusos até outubro cerca de 7 milhões de novas famílias, e desde agosto o governo tem pago R$ 600 para este público.
No entanto, alguns ajustes no orçamento público foram precisos para chegar até esses resultados. Para aumentar o valor de R$ 400 em 2021 foi aprovada a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios, revertendo parte dos recursos que seriam usados para pagar dívidas públicas para aumentar o auxílio.
Para o adicional de R$ 200 que será pago até dezembro foi preciso R$ 26 bilhões fora do teto de gastos, aceito pelo Congresso Nacional, a pedido do governo federal. A quantia de R$ 600 somente será mantido em 2023 caso haja fonte de custeio.