AUXÍLIO BRASIL ou BOLSA FAMÍLIA? Entenda qual benefício paga MAIS ao cidadão

Pontos-chave
  • Auxílio Brasil paga benefício três vezes maior que Bolsa Família;
  • Cerca de 20,65 milhões de brasileiros são atendidos pela atual transferência de renda;
  • Os 14,6 milhões de beneficiários do antigo Bolsa Família foram incluídos no Auxílio Brasil.

Auxílio Brasil ou Bolsa Família? Você já sabe qual benefício é financeiramente mais vantajoso para o cidadão brasileiro? Ambos possuem algo em comum, atender exclusivamente a população em situação de vulnerabilidade social. 

AUXÍLIO BRASIL ou BOLSA FAMÍLIA? Entenda qual benefício paga MAIS ao cidadão
AUXÍLIO BRASIL ou BOLSA FAMÍLIA? Entenda qual benefício paga MAIS ao cidadão. (Imagem: FDR)

O futuro social do país está incerto. Em meio a tantas promessas de campanha, ainda não se sabe qual programa irá vigorar no próximo ano, o Auxílio Brasil ou Bolsa Família. Cada um deles representa dois governos distintos e com objetivos opostos.

Para entender a diferença entre o Auxílio Brasil ou Bolsa Família, é preciso saber que o primeiro foi criado pelo atual governo, presidido por Jair Bolsonaro. A atual transferência de renda surgiu com o propósito de acabar com o antigo Bolsa Família, implementado na gestão do ex-presidente e candidato nas eleições 2022, Luiz Inácio Lula da Silva.

Cada um dos candidatos pretende manter as respectivas criações em 2023 se eleito. Auxílio Brasil ou Bolsa Família, apesar de denominações distintas, ambos os projetos são semelhantes e um não existiria sem o outro

Vínculo entre o Auxílio Brasil ou Bolsa Família

Você sabe qual é o vínculo entre o Auxílio Brasil ou Bolsa Família? Nada mais é do que o público ao qual eles são direcionados. A população brasileira de baixa renda e em situação de vulnerabilidade social. O curioso, é que nem todos os criadores por trás dos programas sempre foram favoráveis a este tipo de investida.

Bolsonaro, ao longo de sua carreira política, foi um crítico ferrenho a iniciativas sociais. Mas logo que assumiu a presidência da República, marcada por uma pandemia, viu este cenário mudar, dando o braço a torcer ao viabilizar iniciativas como o auxílio emergencial

Por dois anos, o então recém criado auxílio emergencial foi interligado ao já popular Bolsa Família. Foi então que, ao enxergar a amplitude dos efeitos destes programas na população vulnerável, despertou em Bolsonaro um interesse que uniu o útil ao agradável. 

Seria, basicamente, acabar com vestígios petistas, neste caso relacionados ao Bolsa Família, bem como, conquistar o apoio dos brasileiros de baixa renda. Daí surgiu o Auxílio Brasil. Todas essas medidas foram capazes de fomentar mecanismos governamentais como o Cadastro Único (CadÚnico), CRAS e CREAS pelos municípios brasileiros. 

Por outro lado, respaldado pela viabilidade entre Auxílio Brasil ou Bolsa Família, o Governo Bolsonaro negligenciou características cruciais que compunham a gestão da antiga transferência de renda, que seriam o controle da vacinação, acompanhamento das gestantes e matrícula escolar

Comparação entre o Auxílio Brasil e o Bolsa Família

Auxílio Brasil Bolsa Família
Renda per capita para linha de extrema pobreza R$ 105 De R$ 89
Renda per capita para linha de pobreza R$ 210 De R$ 178
Benefício básico Fixo de R$ 100 De R$ 89 
Parcelas variáveis Fixo de R$ 400 e Temporário de R$ 600 (5 meses) De R$ 178
Forma de cadastro CadÚnico CadÚnico

Ao observar as características de ambos os programas, o Auxílio Brasil aparenta ter mais vantagens em relação ao Bolsa Família. O valor concedido atualmente, sem dúvidas é uma das principais diferenças e destaque.

Características do Auxílio Brasil e o Bolsa Família

Auxílio Brasil

O Auxílio Brasil foi criado em novembro de 2021 pelo governo Bolsonaro, com o propósito de acabar com qualquer vestígio petista, conforme mencionado pelo próprio presidente. Desta forma, o programa tomou o lugar do popular Bolsa Família, que atendia milhares de famílias há 18 anos

O propósito é o mesmo, amparar famílias brasileiras em situação de vulnerabilidade social. Desta forma, o programa é uma junção de vários benefícios secundários com o propósito de possibilitar a ampliação do crédito aos beneficiários. Veja alguns:

  • Benefício Primeira Infância: famílias com crianças de até 3 anos recebem o valor de R$ 130;
  • Benefício de Superação da Extrema Pobreza: jovens de 18 a 21 anos incompletos recebem R$ 65, o intuito é o incentivo para que os jovens concluam a escolarização;
  • Benefício Composição Familiar: para famílias que tenham gestantes, ou pessoas de 3 a 17 anos de idade, ou de 18 a 21 anos matriculados na educação básica. O valor do benefício será de R$ 65 por pessoa, no limite de até cinco benefícios por família;
  • Auxílio Esporte Escolar: estudantes de 12 a 17 anos incompletos que se destacam em competições oficiais do sistema de jogos escolares brasileiros e que são de famílias beneficiárias do Auxílio Brasil recebem parcela única de R$ 1 mil ou R$ 100 mensais;
  • Bolsa de Iniciação Científica Júnior: para estudantes com bom desempenho em competições acadêmicas. O valor é de 12 parcelas mensais de R$ 100 ou R$ 1 mil em parcela única;
  • Auxílio Criança Cidadã: para o responsável de criança de até 4 anos incompletos que tenha fonte de renda, mas não consiga vaga em creches públicas ou de rede conveniada. O valor é de R$ 200 para crianças matriculadas em período parcial e R$ 300 em período integral;
  • Auxílio Inclusão Produtiva Rural: destinado para agricultores familiares inscritos no Cadastro Único para programas sociais do Governo Federal (CadÚnico). O valor recebido deve ser de R$ 200;
  • Auxílio Inclusão Produtiva Urbana: destinado para quem comprovar vínculo de emprego formal. Valor recebido deve ser de R$ 200;
  • Regra de Emancipação: para beneficiários que tiveram aumento de renda per capita ultrapassando o limite para a inclusão no auxílio, estes serão mantidos na folha de pagamento por mais 24 meses.

Os beneficiários atuais e aqueles que queiram ser inseridos na transferência de renda precisam estar com as informações cadastrais no sistema do Cadastro Único (CadÚnico), devidamente atualizadas.  Além disso, precisam se enquadrar nas linhas de: 

  • Extrema pobreza: renda familiar per capita mensal de R$ 105;
  • Pobreza: renda familiar per capita mensal entre R$ 105,01 e R$ 210.

Estando de acordo com esses critérios básicos, existem três maneiras de ser incluído no Auxílio Brasil. São elas:

  1. Se já tinha o Bolsa Família: Auxílio Brasil será pago automaticamente;
  2. Se está no CadÚnico, mas não recebia o Bolsa Família: vai para a lista de reserva;
  3. Se não está no CadÚnico, é preciso buscar um Cras para registro, sem garantia de receber.

É extremamente importante lembrar que a família deve ser composta por algum desses componentes:

  • Crianças;
  • Gestantes;
  • Mães que ainda estão em processo de amamentação;
  • Adolescentes;
  • Jovens entre 0 a 21 anos incompletos.

Bolsa Família

O Auxílio Brasil está prestes a completar um ano desde o lançamento. O programa chegou para substituir a antiga transferência de renda, liberada pelo tradicional Bolsa Família, criado no governo Lula e instituído no ano de 2004

Desde o princípio, o ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, se posicionou contrário ao substituto do Bolsa Família. Por isso, como candidato às eleições de 2022, se eleito, ele promete retomar o programa em 2023 com direito a novidades. 

O tradicional Bolsa Família foi extinto após 18 anos em vigor, amparando milhares de famílias brasileiras em situação de vulnerabilidade social. Embora a oferta fosse mínima e não passasse pelo reajuste inflacionário há anos, ainda assim foi uma forma de assegurar alguma comida na mesa dessas pessoas. 

O programa destinava um recurso mensal no valor médio de R$ 189 para famílias caracterizadas nas linhas de pobreza e extrema pobreza, com uma renda mensal per capita entre R$ 89 e R$ 178, respectivamente. Mas para receber a cota máxima do programa, o grupo familiar deveria ser composto por gestantes, crianças ou adolescentes de até 17 anos de idade.

Enquanto isso, também existiam alguns outros benefícios complementares que aumentavam o valor mensal do Bolsa Família a depender da composição familiar, se limitando a cinco pessoas por família. Eram eles:

  • R$ 41: para famílias com renda mensal per capita de até R$ 178, e que possuam em sua composição crianças ou adolescentes de até 15 anos;
  • R$ 41: para famílias com renda mensal per capita de até R$ 178, e que possuam em sua composição gestantes, se limitando a nove parcelas mensais;
  • R$ 41: para famílias com renda mensal per capita de até R$ 178, e que possuam em sua composição crianças de até seis meses, se limitando a seis parcelas mensais;
  • R$ 48: para famílias com renda mensal per capita de até R$ 178, e que possuam em sua composição adolescentes entre 16 e 17 anos de idade;

Além disso, o Bolsa Família pagava um benefício complementar para auxiliar as famílias a superarem a condição de extrema pobreza. Este amparo era direcionado a grupos familiares com renda mensal per capita inferior a R$ 89, mesmo após receberem os benefícios complementares mencionados.

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Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.