ELEIÇÕES 2022: Debate da Band causou qual REAÇÃO no mercado financeiro?

Na noite do último domingo, 16, aconteceu o primeiro debate do segundo turno entre os candidatos à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, realizado pela Band. Como já era de se esperar, os candidatos se atacaram entre si e defenderam seus governos. Mas qual foi a visão de especialistas do mercado financeiro sobre o debate?

Mercado financeiro e o debate 

Na visão do CEO da Harami Research, Alexandre Milen, “Foi interessante ouvir algumas propostas, principalmente aquelas ligadas à área econômica. Agora deu para ter alguma previsibilidade no que tange o cenário econômico. No geral, foi bem equilibrado. Lula fugiu algumas vezes das perguntas, mas Bolsonaro fugiu mais, principalmente daquelas feitas pelos jornalistas presentes. Ambos fizeram propostas reais, factíveis, mas o petista deu mais respostas concretas do que o atual presidente”, disse ele ao E-Investidor.

Já para Álvaro Bandeira, economista e consultor financeiro, o debate foi lamentável. “Na verdade, foi uma repetição, mais do mesmo de todos os outros debates e as palavras que nós mais ouvimos foram “mentira”, “mentiroso” e “fake news”.

“As perguntas feitas pelos jornalistas sequer foram respondidas, inclusive quando se tinha a expectativa de dar um “sim” ou “não”. Portanto, os candidatos falaram o que bem entenderam, aproveitando o tempo que tinham”, disse ele ao E-Investidor.

Para a economista especialista em mercado de capitais, Ariane Benedito, o debate também não foi proveitoso. “Mais um debate sem propostas, sem direções claras sobre a condução de ambas as possibilidades de governabilidade dos concorrentes, mas muito passado e acusações que não solucionam os problemas econômicos do Brasil”.

“Nos primeiros minutos de debate, Bolsonaro afirmou que o Auxílio Brasil de R$ 600 será vitalício e que o pagamento dessa despesa virá da aprovação da reforma tributária, parcelamento dos precatórios e privatizações. Já Lula diz que é necessário planejamento para mudar o Brasil, mas não elabora qualquer tipo de estratégia para a questão e mantém um discurso mais comercial”.

Por fim, para Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, “O debate teve poucas propostas colocadas. Houve até um momento em que Lula falou de isenção de impostos e Bolsonaro falou do aplicativo para educação, temas que conversam mais com o eleitor indeciso. Mas a maior parte foi uma acusação contínua entre eles sobre corrupção, apoio de governo, e isso fala mais para as bases de ambos do que para os indecisos”.

Em seu entendimento, o candidato Lula se saiu melhor em termos de postura e de clareza nas ideias, mas nada além disso.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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