O primeiro debate entre os candidatos à presidência da República rumo ao segundo turno, aconteceu no último domingo (16). Com transmissão ao vivo na TV aberta pela Band, Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) ficaram frente a frente para questionar a proposta de um governo um do outro. Além de pensar no futuro, foram trazidas questões do passado, como o Auxílio Brasil, a pandemia de Covid-19 e o crime organizado.
Durante a participação dos dois candidatos vários assuntos vieram à tona. A fim de defender suas propostas, ao serem questionados sobre o orçamento do próximo ano os dois defenderam a permanência e investimento no Auxílio Brasil. O momento também foi oportuno para que eles se provocassem sobre a relação de seus governos e aliados sobre a criação do projeto.
Ao prometer que o auxílio vai permanecer pagando R$ 600, Bolsonaro acusou a bancada do PT no Congresso Nacional de ter votado contra este valor. Segundo o presidente, “eles não têm qualquer preocupação com os mais pobres”, e ainda criticou o antigo Bolsa Família que pagava em torno de R$ 217 por família.
Rebatendo as críticas, Lula disse que na verdade foi Bolsonaro quem queria uma quantia menor de Auxílio Brasil, naquela época ainda de auxílio emergencial. Mas o Congresso Nacional defendeu o pagamento de R$ 600, ainda que contra o atual governo. Defendendo o Bolsa Família, o candidato petista disse que aquele foi o “maior programa de distribuição de renda que esse país já teve”.
No primeiro embate entre os dois, Lula perguntou a Bolsonaro quantas universidades e escolas técnicas haviam sido criadas na gestão do atual presidente. Jair recuou do questionamento, e preferiu trazer informações sobre o Auxílio Brasil e a pandemia.
Além do Auxílio Brasil outros pontos ganharam destaque
No primeiro bloco do debate os candidatos dedicaram boa parte do seu tempo para falar sobre a crise da pandemia. Tudo começou quando Lula acusou Bolsonaro de ser negligente, e comparou as mortes a nível mundial com o índice de mortes pela doença no país. Também foram lembradas as vezes que o presidente debochou das pessoas que sofriam com falta de oxigênio.
O candidato petista ainda evidenciou o caso de corrupção na compra de vacinas que foi mostrado durante a CPI, e chamou os ministros da saúde escolhidos por Bolsonaro de “despreparados”. Para se defender, Bolsonaro disse que as suas falas sobre a pandemia foram tiradas de contexto, e que a CPI foi organizada contra ele por senadores amigos de Lula.
Além disso, disse que em 2020 não haviam vacinas para serem compradas o que atrasou o processo de imunização no país, embora essa seja uma afirmação inverídica. Ao longo do debate os candidatos chegaram ao ponto de falar sobre crime organizado, Bolsonaro acusa Lula de ter amizade com bandidos, como chefes de organização criminosa como o PCC.
E trouxe o caso em que o candidato petista visitou uma favela no Rio de Janeiro sem escolta de policiais. “Só tinha traficante. Tanto é verdade a sua afinidade com bandidos que, nos presídios do Brasil, a cada 5 votos, você teve 4”, disse Bolsonaro.
Em resposta, Lula disse não ter vergonha de visitar favela sem proteção porque é um costume desde sua época de presidência. Na troca de farpas, disse que Bolsonaro é próximo de milicianos. “Fui no Complexo do Alemão, onde fizemos uma passeata. Não tinha bandido. Tinham homens e mulheres que trabalham. Bandido você sabe onde está. Tinha um vizinho seu que tinha mais de 100 armas dentro de casa“, disse o ex-presidente.