FATO ou FAKE: acompanhe as mentiras eleitorais publicadas na última semana

Uma série de mentiras eleitorais foram identificadas nas últimas semanas de disputa entre os presidenciáveis até o segundo turno das eleições. Alguns boatos chegam a ser absurdos envolvendo crenças religiosas, extinção de políticas públicas e mudanças na Previdência Social. Afinal, fato ou fake? Qual é a verdade por trás de todas essas alegações?

Visando o comprometimento com o público e com os eleitores, o FDR apurou a verdade por trás das mentiras eleitorais que têm circulado pela internet na última semana.

Tais esclarecimentos são cruciais para que o eleitor fique por dentro de todas as ações dos candidatos, auxiliando-os a tomar a decisão que acreditam ser a mais adequada no dia da votação.

Entre as principais mentiras eleitorais contadas nos últimos dias, estão:

1. Voto em Bolsonaro terá o poder de substituir a prova de vida do INSS;
2. Lula acabará com o Auxílio Brasil se eleito;
3. Lula é satanista.

Qual é a verdade por trás das mentiras eleitorais?

Voto em Bolsonaro terá o poder de substituir a prova de vida do INSS

Nas últimas semanas, Bolsonaro atribuiu a prova de vida do INSS à obrigação do voto no dia do pleito eleitoral. Isso porque, nos últimos meses, o Governo Federal alterou as regras do procedimento responsável por comprovar que os segurados da Previdência Social estão vivos e que realmente são os titulares em posse dos pagamentos.

Até então, a prova de vida era realizada exclusivamente de modo presencial nas agências bancárias responsáveis pelos pagamentos do benefício previdenciário. Com a chegada da pandemia e a necessidade de isolamento e distanciamento social, o instituto promoveu algumas alternativas, possibilitando a realização da prova de vida online pela plataforma MEU INSS.

Agora, com as novas mudanças legais quanto à realização da prova de vida do INSS, o segurado não tem mais a obrigação de se preocupar com o procedimento na época de seu aniversário. A partir de agora, esta é uma responsabilidade do Governo Federal através de um cruzamento de dados em uma variedade de bancos, como:

1. Acesso ao aplicativo Meu INSS com o selo ouro ou outros aplicativos e sistemas dos órgãos e entidades públicas que possuam certificação e controle de acesso, no Brasil ou no exterior;
2. Realização de empréstimo consignado, efetuado por reconhecimento biométrico;
3. Atendimento presencial nas agências do INSS, ou por reconhecimento biométrico nas entidades ou instituições parceiras;
4. Perícia médica por telemedicina ou presencial e no sistema público de saúde ou rede conveniada;
5. Vacinação;
6. Cadastro ou recadastramento nos órgãos de trânsito ou segurança pública;
7. Atualizações no Cadastro Único, somente quando for efetuada pelo responsável pelo grupo;
8. Votação nas eleições;
9. Emissão/renovação de documentos como passaporte, carteira de identidade, carteira de motorista, carteira de trabalho, alistamento militar ou outros documentos oficiais que necessitem da presença física do usuário ou reconhecimento biométrico;
10. Recebimento do pagamento de benefício com reconhecimento biométrico;
11. Declaração de Imposto de Renda como titular ou dependente.

E foi justamente esta mudança que motivou a seguinte fala do candidato e atual presidente da República, Jair Bolsonaro:

“Agora é lei. Nessas eleições, você que é aposentado ou pensionista pode fazer sua prova de vida direto nas urnas. O governo federal acabou com o deslocamento desnecessário para os beneficiários e tornou a sua vida mais fácil. Apenas o seu voto já é suficiente para garantir os benefícios do INSS, para você exercer seu direito à cidadania com menos burocracia. Pelo bem do Brasil, vote 22”, alegou.

No entanto, a ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, afirmou que as informações sobre a prova de vida do INSS inseridas na fala de Bolsonaro foram colocadas fora de contexto.

Isso porque, o novo modelo do procedimento foi regulamentado por lei e não caracteriza uma iniciativa individual do presidente, muito menos uma condição para que seja continuada apenas se ele receber votos o suficiente para ser eleito. Portanto, esta é uma fake news!

Auxílio Brasil acabará se Lula for eleito

Lula ameaça a continuidade do Auxílio Brasil. Nada satisfeito com o lançamento da nova transferência de renda, o petista prometeu retomar o antigo Bolsa Família, programa criado em sua gestão no ano de 2004.

De acordo com o ex-presidente, Lula, será mantido o valor de R$ 600 no retorno do Bolsa Família. Contudo, seu governo pretende pagar um bônus de R$ 150 para cada filho com até seis anos de idade.

A medida prevalecerá até que o mercado de trabalho seja aquecido, conseguindo gerar os empregos necessários para que os cidadãos vulneráveis tenham a capacidade de subsistência sem depender do programa. 

“Isso é um sonho de qualquer política pública do governo. Gerar empregos, salário, mais empregos, e não ter mais programa de distribuição de renda se todo mundo estiver trabalhando”, afirmou o petista.

Em tese, entende-se que esta notícia é um fato. Por outro lado, não há como confirmá-la de imediato. Isso porque, para que se torne verídica, Lula precisa ser eleito pela maioria dos votos absolutos no segundo turno das eleições 2022.

Além disso, a partir de janeiro de 2023, quando começaria o mandato oficial, o presidenciável teria que elaborar um novo Projeto de Lei (PL) dispondo sobre a retomada do Bolsa Família. O texto seria submetido à análise do Congresso Nacional que pode ou não aprová-lo. 

Lula é satanista

O influenciador digital autointitulado de “mestre e líder da igreja de Lúcifer do Novo Aeon”, Vick Vanilla, se adiantou ao declarar a vitória do petista no primeiro turno das eleições. Embora Lula tenha liderado na primeira etapa das votações no dia 2 de outubro, será necessário um segundo turno para eleger o próximo presidente do Brasil. 

No entanto, em imagens gravadas pelo influenciador, ele aparece posicionado em frente a uma bandeira do petista, alegando que uma diversidade de religiões ligadas ao satanismo e ao ocultismo, se uniram para assegurar a vitória de Lula.

O vídeo viralizou nas redes sociais e foi usado pela oposição para vincular Lula ao satanismo. Porém, Vanilla afirma que o petista não faz parte da igreja dele. Logo, esta é mais uma fake news eleitoral. 

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