A campanha eleitoral dos principais presidenciáveis que, no dia 30 de outubro disputam a Presidência da República é pautada em programas distintos. Auxílio Brasil ou Bolsa Família? Qual seria o projeto mais eficaz para acabar com a fome no Brasil?
Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, são, respectivamente, as cabeças por trás dos governos criadores dos programas sociais, os mesmos que pretendem manter em 2023 se eleitos. Mas afinal, Auxílio Brasil ou Bolsa Família, cada um deles, apesar da semelhança quanto ao público alvo, apresenta critérios distintos que geram dúvidas na população e em especialistas.
O questionamento, inclusive, foi feito a um cientista político em entrevista concedida exclusivamente ao FDR. Na oportunidade, Caio Rabelo, destacou as nuances desta dúvida entre Auxílio Brasil ou Bolsa Família. Especialmente porque, provavelmente, um não existiria sem o outro.
Bolsonaro, ao longo de sua carreira política, foi um crítico ferrenho a iniciativas sociais. Mas logo que assumiu a presidência da República, marcada por uma pandemia, viu este cenário mudar, dando o braço a torcer ao viabilizar iniciativas como o auxílio emergencial.
Por dois anos, o então recém criado auxílio emergencial foi interligado ao já popular Bolsa Família. Foi então que, ao enxergar a amplitude dos efeitos destes programas na população vulnerável, despertou em Bolsonaro um interesse que uniu o útil ao agradável.
Seria, basicamente, acabar com vestígios petistas, neste caso relacionados ao Bolsa Família, bem como, conquistar o apoio dos brasileiros de baixa renda. Daí surgiu o Auxílio Brasil. Todas essas medidas foram capazes de fomentar mecanismos governamentais como o Cadastro Único (CadÚnico), CRAS e CREAS pelos municípios brasileiros.
Por outro lado, respaldado pela viabilidade entre Auxílio Brasil ou Bolsa Família, o Governo Bolsonaro negligenciou características cruciais que compunham a gestão da antiga transferência de renda, que seriam o controle da vacinação, acompanhamento das gestantes e matrícula escolar.
“É muito positivo o reajuste dos valores pagos. Na pandemia tivemos a real dimensão da desigualdade brasileira e de como um programa de renda mínima pode solucioná-la, mas fazê-lo sem a rede de promoção da cidadania criada pelo Bolsa Família traz problemas como a captura do programa e da renda dos beneficiários para empréstimos consignados, por exemplo”, ponderou o cientista político.
https://www.youtube.com/watch?v=dQdZ8ZJWYVE
Comparação entre o Auxílio Brasil e o Bolsa Família
Auxílio Brasil | Bolsa Família | |
Renda per capita para linha de extrema pobreza | R$ 105 | De R$ 89 |
Renda per capita para linha de pobreza | R$ 210 | De R$ 178 |
Benefício básico | Fixo de R$ 100 | De R$ 89 |
Parcelas variáveis | Fixo de R$ 400 e Temporário de R$ 600 (5 meses) | De R$ 178 |
Forma de cadastro | CadÚnico | CadÚnico |
Ao observar as características de ambos os programas, o Auxílio Brasil aparenta ter mais vantagens em relação ao Bolsa Família. O valor concedido atualmente, sem dúvidas é uma das principais diferenças e destaque.