Qual CENÁRIO econômico-financeiro esperar para o PÓS-ELEIÇÕES?

Pontos-chave
  • O resultado do primeiro turno deve causar alguns impactos no país;
  • Cenário externo segue como fator de preocupação;
  • A política fiscal segue com incertezas após o primeiro turno.

A votação do primeiro turno das eleições 2022, que aconteceu neste domingo (2), contou com surpresas para o mercado. A expectativa era de que Lula tivesse uma diferença maior em relação a Bolsonaro. Em meio aos resultados, especialistas fazem previsões para o cenário pós-eleições.

Qual CENÁRIO econômico-financeiro esperar para o PÓS-ELEIÇÕES?
Qual CENÁRIO econômico-financeiro esperar para o PÓS-ELEIÇÕES? (Imagem: FDR)

Após o primeiro turno, é esperado que o resultado ajude a impulsionar uma descompressão do risco. Isso faria com que o Ibovespa registre alta, o real se valorize e os juros caiam. A avaliação sobre o pós-eleições foi realizada pela sócia e gestora da Truxt Investimentos, Mariana Dreux, ao InfoMoney.

A gestora informa que, numa eventual vitória de Bolsonaro, Paulo Guedes seguiria como o ministro da Economia. Já no caso de eleição de Lula, o mercado possui grande expectativa sobre o eventual responsável pela pasta da Economia no pós-eleições. O nome mais citado como ocupante é de Henrique Meirelles.

Ao analisar os juros, existe uma tendência que ocorra uma queda da curva. Isso deve acontecer mesmo que o mercado continue atento ao passo seguinte da taxa Selic — que deve ser de redução no segundo semestre do ano que vem, segundo indicado pela gestora.

Ao mesmo passo, Mariana acredita que, diante do resultado do primeiro turno, o real tende a ter um panorama mais positivo.

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Contexto externo deve ser observado em cenário pós-eleições

Mesmo que o cenário local apoie a favor da descompressão de risco no pós-eleições, ainda há necessidade de tomar cuidado com o panorama externo. Ao InfoMoney, o sócio da Mauá Capital, Luiz Fernando, cita que um dos maiores temores possui relação com o banco Credit Suisse.

Nos dias recentes, o Credit Default Swap (CDS, derivativo financeiro que aponta o risco de crédito) da instituição vem sendo negociado a níveis elevados. Isso significa que os investidores desejam maiores prêmios para aportar no banco.

O CEO do Credit Suissse, Ulrich Koerner, comentou que a instituição passa por um “momento crítico”. O executivo informou que apresentará uma nova estratégia de recuperação no dia 27 de outubro — poucos dias antes do segundo turno das eleições 2022 no Brasil.

Conforme apurado pela Bloomberg, o plano do banco deve contar com fortes alterações, além de redução de milhares de empregos durante os próximos anos.

O CEO do banco também chegou a solicitar, ao mercado, um “voto de confiança”.
No Brasil, o banco suíço conta com atuação em mercados de private banking, instituição de investimentos e gestão de alguns fundos imobiliários.

Bolsonaro e Lula disputarão o mandato pelos próximos quatro anos como presidente
Bolsonaro e Lula disputarão o mandato pelos próximos quatro anos como presidente (Imagem: FDR)

A política fiscal segue como dúvida na área econômica

Segundo relatório divulgado pela XP após o primeiro turno das eleições 2022, ao levar em conta a política econômica, a votação deste final de semana trouxe pouca novidade.

Conforme os analistas, tanto Bolsonaro quanto Lula apontou o objetivo de substituir o teto de gastos como principal âncora fiscal. Apesar disso, ainda não está claro o que acontecerá futuramente.

Ao considerar que o país ainda tem dívida e serviço de dívida altos, a casa entende que “a diretriz da política fiscal a partir de 2023 é fundamental para que as expectativas de inflação continuem caindo, abrindo espaço para o Banco Central reduzir juros adiante”.

Os analistas também entendem que houve poucas alegações sobre reformas estruturais — como reforma administrativa e reforma tributária.

“Isso vai mudar nas próximas semanas? Possivelmente sim, mas provavelmente não muito”, consideram os analistas.

A XP prevê que o resultado relativamente apertado no primeiro turno pode pressionar o petista a divulgar mais detalhes sobre o plano econômico e a equipe. Com isso, o ex-presidente poderia atrair os eleitores mais moderados.

Já no caso do atual presidente, há a perspectiva que ele reforce a importância de seu programa Auxílio Brasil. Com isso, o candidato à reeleição visaria reverter parte da vantagem de Lula no Nordeste.

No primeiro turno, Lula teve 48,43% dos votos. Bolsonaro, por sua vez, somou 43,20% dos votos. Mesmo com a diferença acima de 5 pontos percentuais, as pesquisas eleitorais apontavam que o resultado seria menos apertado.

Para o segundo turno, os candidatos devem buscar atrair eleitores de centro e que ainda estão indecisos.

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Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.
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