Quer INVESTIR? Empresa aponta os principais RISCOS para investidor ficar de olho

Pontos-chave
  • Investir em países emergentes possuem riscos
  • Inflação e eleições não interferem em empresas internacionais que investem no Brasil

Quem opta por investir em um país emergente embarca em uma estrada de mão dupla. De um lado, está o grande potencial de ganhos e do outro muitos obstáculos podem aparecer. Para aqueles que acompanham o dia a dia da Bolsa, a direção do pregão pode se alterar devido a decisões judiciais, ruídos políticos e até mesmo declarações de figuras como o Presidente da República. 

As eleições também são um fator de grande relevância que deve ser levado em consideração. Cada candidato possui seu plano de comando para o Brasil que pode ser vantajoso para determinados setores e ruim para outros. Por conta disso, o mercado fica atento durante as eleições.

No entanto, no caso de uma empresa que tem operações em todo o mundo e que mantém no Brasil somente uma parcela de sua estratégia, a eleição não é o mais relevante. Com trilhões de dólares em diversos países, a BlackRock não se abala com o resultado das urnas no próximo mês, seja ele qual for.

“Ciclos políticos fazem parte. O negócio segue como sempre. Mas para nós é parte de um portfólio global muito diverso. (O resultado da eleição) não é melhor ou pior, só diferente”, afirmou ao Valor Investe Axel Christensen, estrategista-chefe de investimentos para América Latina da BlackRock.

Por incrível que possa parecer, o grande risco do nosso país não é a eleição fortemente polarizada e nem o risco fiscal, que tira o sono daqueles que enxergam o teto de gastos superado. Para empresas como a BlackRock, o Brasil é somente uma parte de sua estratégia mundial.

A principal razão que ainda prejudica os investimentos no Brasil e também em países vizinhos é a capacidade de crescimento da economia. Este sem dúvida é o maior desafio enfrentado em mercados como Brasil e México, segundo a BlackRock.

O crescimento a passos curtos na América Latina ao longo dos últimos anos, de acordo com o Axel, é o que faz os investidores ficarem com o pé atrás. 

“Outras regiões têm conseguido manter o crescimento econômico, até mesmo em países desenvolvidos. Tem muita oportunidade na América Latina, mas não sabemos se poderíamos tirar vantagens delas. É um risco de longo prazo”, disse ele ao Valor Investe.

A inflação, que vem destruindo as margens de empresas varejistas e ajuda na subida dos juros, também não preocupa os gestares da companhia. Quando falamos de Brasil, esta questão vem sendo tratada da maneira que deve.

Ao passo que esta alta descontrolada não preços é uma novidade para a nova geração de investidores na Europa e Estados Unidos, quem é da América Latina já sabe como lidar com este problema e os bancos vem trabalhando mais intensivamente em seu controle.

No caso da BlackRock, o ciclo de alta de juros próximo do fim no Brasil se torna uma vantagem que faz com que a empresa escolha manter recursos alocados em países aptos a lidar com a inflação. Justamente por isso, o Brasil ainda sai na frente neste cenário atual.

“Estamos mais cautelosos nos mercados dos países desenvolvidos porque eles estão menos acostumados a lidar com a inflação. Os bancos centrais por aqui já estão mais perto de encerrar o ciclo”, disse o estrategista.

BlackRock

A BlackRock, Inc é uma empresa estadunidense, sendo a maior em gestão de ativos no mundo, sediada em Nova York. Opera principalmente em ativos e gestão de riscos. BlackRock é o maior sistema banca sombra no mundo. As ações estão listadas na New York Stock Exchange.

A maior acionista é a PNC Financial Services, com 23,6 %. No 1º trimestre de 2022 administrava US$ 9,57 Trilhões em ativos. Oferece uma gama completa de soluções de investimentos e gestão de risco em escala global. A empresa proporciona soluções em investimentos, gestão de risco e aconselhamento a investidores institucionais e individuais ao redor do mundo. Representa mais de mil fundos de investimento. Detém neste momento participações avaliadas em 6,7 trilhões de euros no PSI-20.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.