O governo federal remeteu ao Congresso Nacional no final de agosto, uma proposta para o Orçamento da União para o ano que vem. No texto, consta as projeções para o valor do auxílio Brasil e também para o salário mínimo 2023.
De acordo com o texto do Poder Executivo, é previsto um salário mínimo de R$1.302,02 para o ano que vem, valor R$90 reais superior ao que é pago atualmente. Este valor é um pouco mais elevado do que o previsto em julho pelo Ministério da Economia para o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que tinha sido de 7,41%.
Por conta disso, o portal iDinheiro procurou especialistas para compreender o atual cenário da economia e possíveis projeções para o salário mínimo do próximo ano.
Proposta do salário mínimo 2023
O valor projetado de R$1.302,02 é provisório. Se a inflação medida pelo INPC no acumulado deste ano não bater com os 7,41% estimados, o governo precisará reconsiderar o valor. Neste sentido, o economista e sócio da BRA, explicou ao iDinheiro que o novo valor do salário mínimo só será estabelecido no fim de 2022.
“O salário mínimo só deve ser sabido mais próximo ao fim do ano, apesar de já existir proposta na PLOA. É possível que fique até menor do que vem sendo mencionado, dado que há um arrefecimento de preços em curso no país ao longo do segundo semestre”, disse.
Já o doutor em economia e fundador da VG Research, Vicente Guimarães disse que o salário mínimo projetado pelo governo engloba um reajuste das perdas inflacionárias de 2022. Porém, este aumento de R$90 reais não é um incremento real, se tratando apenas de recomposição das perdas do poder aquisitivo por conta da inflação no período.
“Desde 2020, ano da crise econômica da Pandemia, o reajuste do salário mínimo tem sido feito com base na recomposição da inflação. Obviamente isso é pouco. Em termos sociais a recomposição inflacionária traz apenas um alívio momentâneo para os trabalhadores e pensionistas que dependem do salário mínimo. Obviamente um reajuste maior seria necessário para dar mais dignidade ao trabalhador e aos pensionistas”, disse ele ao iDinheiro.
