- Poder de compra do Auxílio Brasil é reduzido com a alta da inflação;
- Benefício de R$ 600 é insuficiente para suprir as compras básicas dos beneficiários da transferência de renda;
- Próximo cronograma de pagamentos do Auxílio Brasil começa no dia 19 de setembro.
Com um leve recuo em agosto, a inflação continua em alta, dizimando o poder de compra dos consumidores, sobretudo daqueles que sobrevivem com o Auxílio Brasil. Mesmo com o aumento de R$ 200, passando o benefício de R$ 400 para R$ 600, tem sido difícil fazer o abono render na hora de ir ao supermercado.
O Auxílio Brasil de R$ 600 foi instituído através da PEC dos Benefícios, promulgada na primeira quinzena de julho. O texto foi motivado pela alta constante nos preços dos combustíveis e, em meio aos trâmites de aprovação, recebeu emendas que expandiram as investidas.
O Auxílio Brasil de R$ 600 não caracteriza o primeiro reajuste no benefício. Em maio de 2022, o Governo Federal implantou o benefício permanente fixando o valor fixo de R$ 400. A quantia foi paga nos meses de maio, junho e julho.
Lembrando que, apesar do Auxílio Brasil receber algumas mudanças eventualmente, o foco é a população de baixa renda, o mesmo do antigo programa, o Bolsa Família. Assim, milhares de famílias que recebem o recurso de R$ 600 usam este dinheiro como renda complementar e, em casos extremos, é a única fonte de subsistência.
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Poder de compra do Auxílio Brasil
Com o novo ajuste, o Auxílio Brasil de R$ 600, se equiparou ao auxílio emergencial pago pelo governo durante cinco meses em 2020. No entanto, levando em conta o crescimento exponencial da inflação nos últimos dois anos, o cidadão brasileiro perdeu drasticamente o poder de compra.
De acordo com especialistas, para conseguir comprar a mesma quantidade de itens que poderiam ser adquiridos com o auxílio emergencial de 2020, seria necessário fazer um novo acréscimo de R$ 170. Assim, os beneficiários deveriam receber o equivalente a R$ 770 para manter o poder de compra.
Pesquisa de preços no supermercado
A inflação de agosto atingiu a marca de 8,73%. O resultado foi o aumento no preço dos produtos alimentícios. Mesmo com a prática da deflação, o ato de reduzir as embalagens em meio à alta do preço, o alívio não foi generalizado. Determinados produtos continuam caros em virtude da alta no acumulado de 12 meses.
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No conjunto observado, os alimentos tiveram uma alta de 15,63% desde setembro de 2021. Se tratando dos produtos cuja alta do preço se destaca neste período, está o leite em 60,81% e a cebola a 91,21%. Confira, abaixo, os preços que mais subiram nos últimos 12 meses:
- Cebola: 91,21%;
- Mamão: 82,83%;
- Melão: 79,34%;
- Passagem aérea: 74,94%;
- Melancia: 61,88%;
- Leite longa vida: 60,81%;
- Óleo diesel: 53,16%;
- Manga: 47,05%;
- Café moído: 46,34%;
- Transporte por aplicativo: 43,80%.
Dicas para fazer o Auxílio Brasil render
Apesar da alta da inflação e, por consequência, dos alimentos, existem alguns meios alternativos para fazer o Auxílio Brasil render na hora de ir ao supermercado. Uma prática comum e bastante válida é a pesquisa de preços não apenas entre marcas diferentes, como também, estabelecimentos.
Por falar em local de compra, mercados que comercializam produtos no atacado tendem a ser mais baratos. Tendo isso em mente, na hora de ir ao supermercado, é importante ter uma lista de compras em mãos para evitar impulsos e gastos desnecessários. Neste momento, optar por versões mais baratas pode ser uma boa escolha.
Seguindo a mesma linha de raciocínio em busca de alimentos baratos, é importante mencionar que o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), costuma ser uma excelente opção. O grupo de pequenos produtores vende grãos e legumes a um preço menor do que aqueles praticados em mercados tradicionais.
O MST comunicou que os custos atendem as demandas por alimentos saudáveis da população que mora nos grandes centros, e que muitas vezes se depara apenas com produtos hiper industrializados. O objetivo é que o alimento orgânico chegue até esse público com preço justo.
Um forte exemplo acerca da importância deste meio para os próprios agricultores, está na produção concentrada em assentamentos da Reforma Agrária do Rio Grande do Sul, a safra de 2021/2022 deve render 15 toneladas. Na prática, isso significa uma média de 310 mil sacas com 50 quilos cada.
Algumas das opções de alimentos vendidos por um valor acessível pelo MST são:
- Arroz;
- Feijão;
- Farinhas;
- Massas;
- Óleos;
- Vinagres;
- Mel;
- Açúcar;
- Leite;
- Doce de leite;
- Creme de leite;
- Iogurte;
- Requeijão.