Foi divulgado pela Folha de S. Paulo que beneficiados pelo Auxílio Brasil estão contratando crédito pessoal acreditando se tratar do empréstimo consignado anunciado pelo programa. O presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou esta linha de empréstimo em agosto, mas até o momento os interessados não podem solicitar o dinheiro porque o produto não foi regulamentado pelo Ministério da Cidadania.
De acordo com o ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, a regulamentação do empréstimo consignado pelo Auxílio Brasil seria publicada no início de setembro. Apenas depois disso é que as instituições bancárias estão autorizadas a oferecer o crédito, em que o pagamento das parcelas será debitado automaticamente do salário do beneficiado. A margem de comprometimento é de 40% do benefício.
Enquanto isso, cidadãos que recebem o programa estão buscando as financeiras e ao acreditar que se trata do empréstimo do Auxílio Brasil, assumem o compromisso com o crédito pessoal. A grande questão é que esta linha pessoal tem juros maiores que o consignado, e preocupa os especialistas que acreditam em um superendividamento das famílias vulneráveis.
Em entrevista concedida à Folha, uma moradora do Rio de Janeiro disse que contratou o crédito pessoal após ver um anuncio nas redes sociais da financeira. Entre os documentos solicitados estavam: extrato de conta do Auxílio Brasil, o documento do CadÚnico e um extrato bancário da conta no Caixa Tem contendo a data do pagamento do último benefício.
Segundo Ione Amorim, coordenadora do programa de serviços financeiros do Idec (Instituto de defesa do Consumidor), esta prática das financeiras pode ser vista como abusiva, mas não é ilegal porque pratica os mesmos juros do mercado.
Como reconhecer o empréstimo do Auxílio Brasil é seguro?
O primeiro passo é saber que o empréstimo consignado, aquele que vai descontar as parcelas de pagamento direto do Auxílio Brasil, ainda não foi liberado. Por isso, qualquer empréstimo que seja oferecido neste tempo se trata de uma outra linha de crédito com juros diferentes.
A recomendação é ler todas as informações divulgadas pela financeira, principalmente no que trata da aplicação de juros. A solicitação de comprovante de renda é de praxe, por isso não indica nenhum tipo de fralde. No entanto, o consumidor deve estar atento aos pedidos abusivos.
Na dúvida, o ideal é sempre optar por empresas financeiras de grande porte e aqueles que possuem atendimento presencial, já que todas as dúvidas poderão ser tiradas diretamente na agência.