Há exatamente um mês do primeiro turno das eleições 2022, a campanha política para tentar conquistas votos tem se intensificado. Seja na TV, rádio, nos comícios e palanques, ou nas redes sociais, o Auxílio Brasil tem sido assunto dos candidatos. Mas, uma pesquisa realizada pelo UOL mostrou que um outro ponto que atinge o país tem tanta importância para os brasileiros quanto, ou até mais, que o programa de transferência de renda.
De acordo com especialistas ouvidos pelo portal UOL, a inflação deve ter grande peso na decisão dos eleitores ao participar das eleições 2022. Isso porque, nos últimos 12 meses a inflação já acumula 10%, embora alguns produtos como combustíveis e energia elétrica tenham tinha queda nos últimos dias. O valor dos alimentos ainda continua crescendo e pode ser decisivo para os brasileiros na hora de escolher o próximo presidente.
Jair Bolsonaro (PL), atual governante do país, tem crescido entre o público que recebe o Auxílio Brasil. De acordo com o Datafolha, no fim de maio ele tinha 20% da preferência de votos deste público, mas na mais recente pesquisa publicada em 19 de agosto o presidente alcançava 28% das intenções deste mesmo público.
Enquanto isso, Lula (PT) que ocupava 59% das intenções de votos em maio, desceu para 56% da preferência em agosto. A explicação, de acordo com especialistas ouvidos pelo UOL, é o fato de que a alta na inflação freia os brasileiros a optarem pela reeleição do presidente Bolsonaro.
Na prática, mesmo que o Auxílio Brasil pague R$ 600, o aumento de valor é quase insignificante considerando que o preço dos alimentos continua subindo e os gastos das famílias com itens básicos permanecem. E ainda, por considerarem que na época de governo Lula o acesso a estes mesmos produtos era “mais fácil”, influenciando na decisão das eleições 2022.
Candidatos às eleições 2022 e as propostas nebulosas
Embora tenha sido prometido tanto por Bolsonaro como por Lula que o Auxílio Brasil de R$ 600 vai continuar em 2023, os dois candidatos não explicam para a população como vão conseguir manter esse valor. Neste ano o pagamento somente foi possível após o decreto de emergência no país, e a Emenda Constitucional que liberou R$ 26 bilhões para o programa fora do teto.
A medida de deixar para explicar depois de ser eleito como vai financiar o programa tem sido criticada por alguns especialistas. Como Francisco Eduardo Pires de Souza, do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) que foi ouvido pelo UOL.
“Tem que ser antes. O eleitor tem que votar em função do que ele está ouvindo“, diz o professor.
