A alta da inflação impacta a preferência do consumidor brasileiro que passou a fazer mais compras no supermercado e deixar o delivery de lado. A informação foi constatada pela pesquisa Análise do Comportamento de Consumo do banco Itaú, apresentando os destaques do segundo trimestre de 2022.
A pesquisa de preferência do consumidor também indica um maior consumo de fast food, aluguel de roupas de festa, câmeras, microfones e até consultas oftalmológicas.
O levantamento acerca da preferência do consumidor leva em consideração as operações realizadas mediante o uso dos cartões de crédito e débito dos clientes do banco Itaú, bem como a movimentação nas maquininhas da marca Rede.
De acordo com o diretor de cartões do banco Itaú, Mário Miguel, os dados representam uma mescla nos modelos de consumo. Isso quer dizer que, ao mesmo tempo em que mais consumidores estão nas ruas fomentando as vendas em lojas físicas na margem de 28%, outros 43% preferem a comodidade do consumo online que continua avançando.
“Com mais gente no presencial, o consumo de delivery cai [recuo de 26% em valor] e o de fast-food sobe [56%]”, diz Miguel.
Em resumo: quem volta para o presencial está optando por uma comida mais barata. Enquanto isso, as compras nos supermercados apresentaram um aumento de 23% em valor, apesar da queda no tíquete médio em 2%.
No período analisado, as compras parceladas nos mercados foram elevadas em 4%, indicando que o consumidor preza pela variedade nos pontos de venda em busca de preços mais acessíveis.
Observe a relação de valores transacionados entre trimestres e serviços:
Categoria | Variação do 2º trimestre de 2022 sobre o 2º trimestre de 2021 |
Supermercados | 23 |
Fast Food | 56 |
Delivery | -26 |
O levantamento apontou um aquecimento no comércio varejista: alta de 28% no número de transações no segundo trimestre de 2022 frente ao mesmo período de 2021 e aumento de 35% no valor transacionado. As compras parceladas representaram 52% do total no segundo trimestre deste ano, contra 49% do segundo trimestre de 2021.
Preferência do consumidor também afeta meios de pagamento
O consumidor também já deixou claro a preferência pelo Pix como principal meio de pagamento. A popularização do sistema de pagamento instantâneo tem dizimado o uso de cédulas e moedas.
O formato se equipara ao débito em 12%, enquanto 76% continuam fiéis ao crédito. A pesquisa apontou ainda um crescimento de 193% no valor transacionado para os cartões virtuais e 136% nas carteiras digitais.
“É a consolidação da tendência de digitalização das formas de pagamento, inclusive em busca de maior segurança”, diz Miguel.