Em junho, o volume de vendas no varejo caiu 1,4% em relação a maio. Esta foi a pior variação negativa desde dezembro de 2021, quando tinha caído 2,9%. Os dados, que integram a Pesquisa Mensal do Comércio, foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (10).
O volume de vendas no varejo registrou queda pelo segundo mês consecutivo, após quatro meses seguidos de altas. Em maio, a variação no comércio varejista tinha sido de -0,4%. Na junção de maio e junho, o setor registrou queda de 0,8% em relação ao bimestre anterior.
Apesar disso, no acumulado no primeiro semestre, as vendas no varejo apresentaram uma alta de 1,4% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Já no acumulado em 12 meses, o volume de vendas no varejo registra perda de 0,9%. Neste último indicador, também foi o segundo mês seguido de queda. Isso não acontecia desde agosto de 2017.
Desempenho das atividades no setor de varejo
Das oito atividades investigadas pela pesquisa do IBGE, sete apresentaram queda em relação a maio. Duas delas tiveram maior influência sobre o índice geral do varejo: tecidos, vestuário e calçados (-5,4%); e hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0.5%).
O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, explica que durante o primeiro semestre, a atividade de hiper se supermercados teve uma importante influência da inflação.
“Entre abril e maio, houve variação de 4% na receita e de 1% no volume de vendas, indicador em que a pesquisa já desconta a inflação. De maio para junho, essa atividade teve queda de 0,5% no volume, mas variou 0,3% em receita”, comenta.
Segundo o gerente da pesquisa, “isso significa que há amplitude menor da inflação, mas o suficiente para que o volume tivesse uma variação negativa, apesar de a receita ficar no campo positivo”.
Estes foram os resultados das atividades de varejo em junho:
- Combustíveis e lubrificantes: -1,1%
- Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,5%
- Tecidos, vestuário e calçados: -5,4%
- Móveis e eletrodomésticos: -0,7%
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 1,3%
- Livros, jornais, revistas e papelaria: -3,8%
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: -1,7%
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: -1,3%