A Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) afirmou que o uso do vale-refeição teve um crescimento exponencial entre os trabalhadores nos últimos seis meses. A alta foi identificada, sobretudo, em refeições compostas por carne.
A presença da proteína carnívora nos pratos custeados pelo vale-refeição cresceu 46%. De acordo com a entidade, os trabalhadores contemplados pelo benefício, o enxergaram como uma forma de driblar o acesso a este alimento cujo encarecimento tem levado a substituições como, pele de frango.
“Os sucessivos aumentos do gás de cozinha e dos alimentos levaram o trabalhador a usar o benefício-refeição para consumir no almoço aqueles produtos que estavam mais caros no supermercado, como a carne vermelha”, diz Jessica Srour, diretora-executiva da ABBT.
Em 4.500 restaurantes de todo o Brasil, também foi observado um aumento no uso do vale-refeição para o consumo de ingredientes como verduras, legumes, sucos naturais, carboidratos e proteínas vegetais. A alta ficou entre 37% a 40%.
Somente no mês de julho, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou um crescimento de 1,30% em alimentação e bebidas.
Poder de compra do vale-refeição
O vale-refeição é uma ajuda concedida aos trabalhadores para que tenham meios de se alimentar enquanto estão no trabalho. Mas com os impactos da inflação o poder de compra do benefício foi reduzido para apenas 13 dias.
Na prática, o custo médio da alimentação do trabalhador fora de casa continua caro, de modo que, nem mesmo o vale-refeição é capaz de amortizar a situação. De acordo com uma pesquisa realizada pela Sodexo Benefícios e Incentivos, existe nitidamente, uma desvalorização do benefício em comparação à alta dos preços.
O levantamento considerou o valor médio de R$ 40,64 em uma refeição conforme apresentado nos dados da ABBT. Também foi observado o período de uso do vale-refeição como sendo de 22 dias, a quantidade média de dias úteis trabalhados no decorrer do mês.
Conforme ressaltado pela Sodexo, desde o início da pandemia em 2020, até junho de 2022, a média de duração do vale-refeição é de 13 dias. Um ano antes, o trabalhador conseguia aproveitar o benefício por até 18 dias. Na prática, hoje é preciso desembolsar nove dias de refeições do próprio bolso para bancar um almoço.