Bolsonaro tem tentado de tudo para conseguir o apoio da classe mais vulnerável da população. Exemplo disso é o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 às vésperas das eleições. Nesta semana, o chefe do Executivo Nacional ainda fez uma nova promessa envolvendo o benefício.
Na última terça-feira (19), ele prometeu que, se for reeleito para o cargo da presidência da República, tornará o Auxílio Brasil no valor permanente de R$ 600. Com a promulgação da Proposta de Emenda à Constituição – PEC dos Benefícios, o aumento de R$ 200 nas mensalidades está garantido somente de agosto a dezembro de 2022.
“Manteremos o Auxílio Brasil no valor de R$ 600 em 2023, dentro da responsabilidade fiscal”, declarou Bolsonaro em entrevista à CNN no Palácio da Alvorada.
Em meio à corrida ao pleito eleitoral, Bolsonaro não é o único que tenta se aproveitar do Auxílio Brasil ou outra iniciativa social. O ex-presidente e pré-candidato às eleições de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva, também prometeu a manutenção do valor permanente de R$ 600 caso seja eleito.
A promessa de Lula acerca deste valor foi feita ainda em meados de outubro e novembro de 2021, período de pré-aprovação e lançamento do Auxílio Brasil. Na época, o Governo Bolsonaro ainda não havia definido o valor do benefício que, em meio a tantas menções e promessas de, pelo menos, R$ 400, começou pagando R$ 217,18.
“Eu quero manter. O PT queria que o auxílio fosse de R$ 600 já em 2020. Bolsonaro que fez uma coisa engraçada: criou uma série de benefícios em período eleitoral que duram até dezembro. Depois disso, vale a palavra de Bolsonaro, que não vale nada, como o mundo sabe, porque todo mundo sabe que ele é mentiroso”, disse o petista, em entrevista ao Correio Brazilienze.
Auxílio Brasil de R$ 600
Em maio, o Governo Federal fixou o valor do Auxílio Brasil em R$ 400. Pela regulamentação, este é o valor mínimo e permanente que cada família beneficiária deve receber. Destacando que existe a possibilidade de incrementar a mensalidade caso o representante se enquadre no perfil de algum benefício secundário, mas nunca pode receber menos que isso.
Logo em seguida, iniciaram os trâmites da PEC dos Benefícios, elaborada no Senado Federal e que recebeu todo o apoio do Governo Bolsonaro como uma estratégia política. O texto foi motivado pela alta constante no preço dos combustíveis, mas com algumas emendas incluiu o amparo a benefícios sociais. Veja:
- Auxílio Brasil: ampliação de R$ 400 para R$ 600 mensais e previsão de cadastro de 1,6 milhão de novas famílias no programa (custo estimado: R$ 26 bilhões);
- Caminhoneiros autônomos: criação de um “voucher” de R$ 1 mil (custo estimado: R$ 5,4 bilhões);
- Auxílio-Gás: ampliação de R$ 53 para o valor de um botijão a cada dois meses — o preço médio atual do botijão de 13 quilos, segundo a ANP, é de R$ 112,60 (custo estimado: R$ 1,05 bilhão);
- Transporte gratuito de idosos: compensação aos estados para atender a gratuidade, já prevista em lei, do transporte público de idosos (custo estimado: R$ 2,5 bilhões);
- Auxílio para taxistas: benefícios para taxistas devidamente registrados até 31 de maio de 2022. O valor total desta medida será de até R$ 2 bilhões.
- Alimenta Brasil: repasse de R$ 500 milhões ao programa Alimenta Brasil, que prevê a compra de alimentos produzidos por agricultores familiares e distribuição a famílias em insegurança alimentar, entre outras destinações
- Etanol: Repasse de até R$ 3,8 bilhões, por meio de créditos tributários, para a manutenção da competitividade do etanol sobre a gasolina.