Com o país em crise, o número de solicitações do empréstimo consignado e consequentemente de endividamento voltam a subir. Diariamente a população vem recebendo informações sobre os desdobramentos da inflação e para muitos a alternativa de manter as contas em dia tem sido recorrer a uma linha de crédito. Abaixo, uma especialista explica os riscos desse tipo de serviço.
Se você está com as contas apertadas e pensa em dar entrada em um empréstimo consignado, fique atento. Apesar de parecer vantajoso, o serviço bancário pode te gerar ainda mais dívidas. Antes de fechar um contrato, é importante ter conhecimento sobre a margem de solicitação, taxas de juros e mais.
Abaixo, convidamos a contadora e professora de contabilidade da C.H.i. Cursos, Antonia Jairi Brito, para uma entrevista exclusiva. Ela explica todos os detalhes sobre a contratação de um empréstimo, trazendo dicas para você sair do vermelho e ter controle financeiro. Acompanhe:
Quando é hora de fazer um empréstimo consignado?
Existe um momento que é preciso entender que para ajustar as contas é preciso parar, analisar cada gasto e planejar uma forma de reduzir estes gastos. Porque a conta não fecha se você ganha R$ 1.000,00 e gasta R$ 1.500,00.
E nesta análise, quando não existem formas de recebimentos que ajudem a quitar as dívidas no curto prazo, talvez seja preciso fazer uso de outra modalidade de crédito, o empréstimo. É uma dívida, mas é uma dívida que permite certo planejamento.
E, para quem tem renda fixa e pode comprová-la, existe a modalidade de empréstimo consignado. Ele apresenta taxa de juros menores, normalmente tem facilidade de contratação e prazos de pagamentos mais longos, o que reduz a parcela mensal e auxilia na organização financeira, principalmente para centralizar as dívidas em um único local.
Qual deve ser a margem de solicitação do consignado?
No entanto, apesar de destas facilidades, não basta fechar os olhos e escolher um valor. O valor a ser solicitado de empréstimo tem que ser o suficiente para quitação das dívidas existentes. Neste caso a pessoa deve somar todas as dívidas vencidas, inclusive as do cartão de crédito em atraso. Esse valor se torna a referência do valor a ser solicitado como empréstimo.
Como as taxas são menores, algumas pessoas tendem a pedir “um pouco a mais que isso”, porque faz tempo que não gasta com algo para si. Erro! A fase é de controle e aprendizado sobre como não gastar mais do que se ganha. Então, se for solicitar um valor a mais é, no máximo, algum valor adicional que evite novas dívidas e leve a pessoa a parar de usar cartão de crédito e começar a pagar à vista as compras, principalmente as essenciais.
É possível limpar o nome no atual cenário? Como?
Esse é o sonho de todo endividado, ter o seu nome limpo e as dívidas quitadas. E, mesmo na crise atual este sonho pode ser realizado.
Uma das formas de fazer isso é procurar a empresa que está devendo e tentar uma negociação. Também existem intermediadores, como a Serasa, que trazem campanhas de renegociações de dívidas que podem ter valores atrativos e que se encaixam no planejamento financeiro que está fazendo.
Apenas um alerta é importante, as pessoas pensam que as dívidas caducam após cinco anos, mas isso é um mito, porque ela permanece na base do Banco Central para consulta das empresas e instituições financeiras e isso faz com que muitas vezes o crédito de uma pessoa seja negado.
05 Dicas para garantir o controle financeiro na crise.
- Gaste somente o essencial e planeje cada gasto que vai fazer.
- Anote todos os gastos e analise estes gastos depois.
- Corte despesas, mude os produtos comprados e atividades realizadas. Isso gera folga financeira.
- Você pode fazer o que quiser, mas não vai conseguir tudo ao mesmo tempo sem gerar riscos para as suas finanças.
- Coloque a educação financeira na lista de atividades. Leitura ou podcast sobre finanças levam você a entender melhor sobre finanças, e, com isso, você vai começar a ver sentido em na realização do controle financeiro e começar a fazer.
05 dicas para usar o crédito com segurança.
- Crédito é dívida. Então não faça nenhuma operação de crédito sem entender quais as consequências.
- Compare taxas de juros. Não se apegue a fidelidade bancária, às vezes o seu banco tem a pior taxa do mercado e, se você tem outras opções, faça uso delas.
- Entenda como estão as suas dívidas e então contrate o valor que precisa de crédito.
- Faça planejamento de quitação. O que é isso? Se sobrar dinheiro na sua nova fase financeira, não gaste, separa para pagar antecipadamente o valor que pegou emprestado. Isso normalmente gera uma boa economia com juros.
- Não precise de crédito. O bom planejamento financeiro é o invertido, se quer gastar, economize e pague à vista, com direito a pedir desconto por isso.