Como funciona o mercado de franquias? Quanto preciso investir?

Pontos-chave
  • As franquias permitem a aplicação em um formato já conhecido pelo mercado;
  • A rede franqueadora tende a cobrar taxas para o franqueador usar a marca;
  • As possíveis cobranças devem estar descritas na Circular de Oferta de Franquia.

Na última década, as franquias se tornaram um dos grandes modelos de negócio. Ao aderir a esse modelo de negócio, o empreendedor pode investir em uma marca em começo de expansão ou já estabelecida no mercado. Apesar deste fator positivo, o interessado deve se atentar aos possíveis custos da operação.

FDR Responde: Como funciona o mercado de franquias? Quanto preciso investir?
FDR Responde: Como funciona o mercado de franquias? Quanto preciso investir? (Imagem: Montagem/FDR)

As franquias são um modelo empresarial na licença de utilização de um negócio com marca know-how, produtos/serviços, rotinas e estruturas desenvolvidos por um franqueador.

Essa estratégia pode ser aproveitada por empreendedores que buscam começar um novo projeto com fundamentos já consolidados, aplicações testadas e com algum conhecimento pelo público-alvo.

A pessoa que compra esses direitos se torna um franqueado. Ao realizar essa aquisição, o cidadão poderá, em locais distintos, replicar um formato de exploração de mercado bem-sucedido e reconhecido.

Como funciona o mercado de franquias?

As franquias funcionam por meio da relação de interdependência entre o investidor e a marca. Os franqueados gerenciam as unidades da respectiva rede. Devido à utilização da imagem da marca — além do respectivo know-how —, geralmente, existe a cobranças por parte do franqueador.

No caso da rede franqueadora, se responsabiliza por dar suporte ao franqueado. Essa rede repassa conhecimentos relativos aos variados âmbitos do empreendimento.

Essa transmissão de conhecimento pode ocorrer via oferta de manuais e treinamentos, presenciais ou à distância. Desse modo, o franqueador busca preparar o franqueado para que ele compreenda a marca profundamente — de forma a fazer com que o negócio seja bem-sucedido na nova localidade.

 

Quanto preciso investir em uma franquia?

Para que a franquia seja implantada, o franqueador precisará disponibilizar ao interessado a Circular de Oferta de Franquia (COF). Este é o documento que o franqueado assina ao comprar uma franquia.

Na COF, são informados, de modo claro, todos os custos precisos para o cotidiano da operação. Segundo a Lei das Franquias, este documento deve apresentar indicações quanto ao:

  • total estimado do investimento inicial necessário à aquisição, à implantação e à entrada em operação da franquia;
  • valor da taxa inicial de filiação ou taxa de franquia;
  • valor estimado das instalações, dos equipamentos e do estoque inicial e suas condições de pagamento;
  • remuneração periódica pelo uso do sistema, da marca, de outros objetos de propriedade intelectual do franqueador ou sobre os quais este detém direitos ou, ainda, pelos serviços prestados pelo franqueador ao franqueado;
  • aluguel de equipamentos ou ponto comercial;
  • taxa de publicidade ou semelhante;
  • seguro mínimo.
As taxas de franquia representam parte considerável dos gastos do franqueado
As taxas de franquia representam parte considerável dos gastos do franqueado (Imagem: Montagem/FDR)

Investimento inicial de uma franquia

Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), no país, o investimento inicial de uma franquia pode variar de poucos mil reais a até dezenas de milhões.

À ABF, A customer success da consultoria de franquias Goakura, Fabiana Hamada, comenta que variados aspectos influenciam no preço. Exemplos disso são o setor de atuação, reconhecimento da marca no mercado, complexidade da operação e treinamento preciso para o desenvolvimento do negócio.

A depender do setor e complexidade do empreendimento, cada franquia estabelece o que está inserido no valor inicial.

Demais valores necessários além do investimento inicial

Mensalmente, um dos pagamentos que o franqueado deve pagar para a franqueadora é a taxa de royalties. Estas representam as cobranças pela utilização da marca e know-how contínuo entre as duas partes.

Cada marca decide como cobrará esse valor. Por exemplo, no setor de alimentação, onde o franqueador é fabricante do produto, a taxa pode variar de 20% a 40% das compras feitas no mês. Já nas franquias de serviço, o valor tende a ser de 4% a 10% do faturamento bruto mensal do franqueado.

As franquias ainda costumam cobrar taxas de marketing. Os valores oscilam de2% a 5% do faturamento — para ações que auxiliem na divulgação da marca, como promoções e propagandas.

Conforme Hamada, o franqueado também deve investir em marketing local, e contar com uma quantia necessária para o deslocamento até a unidade, quando esse for o caso.

No longo prazo, o empreendedor também deve observar a necessidade de manutenção de equipamentos e reformas.

Como citado anteriormente, para ter noção precisa dos possíveis custos futuros, o interessado deve analisar atentamente a Circular de Oferta de Franquia.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.