Tesouro Direto deve ter grandes variações até o final do ano; é hora para investir?

No mês de junho deste ano, a quantidade de investidores ativos no Tesouro Direto deve ter ultrapassado pela primeira vez na história a marca de 2 milhões de pessoas, marcando a continuidade de um crescimento constante na procura por ativos de renda fixa.

Segundo a última informação divulgada, em maio existiam 1,975 milhão de investidores com títulos públicos em suas carteiras, um aumento de 29% em 12 meses. Somado, o montante investido por estas pessoas é de R$91 bilhões, número que vem crescendo a cada ano que passa.

Entre os maiores chamarizes para este tipo de investimento estão os juros altos que estes papéis vem prometendo aos investidores, e que não são dependentes apenas do processo de alta da taxa Selic, que atualmente está em 13,25% ao ano, mas também do cenário exterior de aversão ao risco e das questões relativas aos rumos da Política fiscal do governo, quanto maior os ricos, mais elevada são as taxas.

Vale a pena?

Uma das dúvidas que alguns investidores podem ter é se aqueles que aguardarem para entrar podem obter taxas ainda mais altas nestas aplicações e o quanto este investimento irá irá chacoalhar caso decida entrar agora e as taxas subirem ainda mais ( o que reduzirá de forma momentânea o valor da aplicação).

De acordo com analistas procurados pelo Valor Investe, a volatilidade está confirmada no mercado de títulos públicos ao longo do segundo semestre deste ano.

Na visão deles, as pessoas devem enfrentar algumas tempestades nos próximos meses, no entanto o cenário também pode se mostrar de oportunidades. Para aqueles que já possuem papéis prefixados e atrelados a inflação na carteira, existe um alerta de que os preços podem cair (se as taxas aumentarem mais), mas que é o momento de ter calma.

“Teremos eleição no segundo semestre, é importante lembrar disso sempre que se fala em Tesouro Direto, porque impacta diretamente no comportamento das taxas. Esse é um fator que vai começar a pesar e a trazer mais volatilidade para as taxas dos títulos públicos, com altas antes do pleito e quedas depois”, disse Camilla Dolle, analista-chefe de renda fixa da XP ao Valor Investe.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.