20 anos após a conquista do pentacampeonato mundial, Ronaldo Nazário de Lima continua alcançando grandes feitos, mas agora fora dos gramados. Garoto-propaganda, proprietário e gestor de clubes de futebol e, mais recentemente, de uma produtora de mídia, o “Fenômeno” já tem um patrimônio superior a R$ 1 bilhão.
Ele, no entanto, não se considera um “cartola” e diz que sua maior motivação, seja como atleta, seja como empresário, é “criar mais legados”.
“Não sei se ganhei mais dinheiro como atleta ou como empresário. Logicamente, eu trabalho para ganhar dinheiro, mas o dinheiro não é o que me move, não é o que me motiva a levantar da cama e fazer as coisas acontecerem. […] Eu não olho para o dinheiro como uma conquista. Eu uso para investir, para criar mais legados. Acho que essa é a minha grande motivação”, contou Ronaldo em entrevista recente para a coluna de Monica Bergamo, na Folha de S. Paulo.
Ronaldo anunciou a compra do Cruzeiro em dezembro passado e oficializou o negócio em abril deste ano. Além do clube mineiro, ele também é proprietário do Valladolid, que conquistou o acesso à primeira divisão do Campeonato Espanhol na última temporada. O herói do penta revela que seu objetivo no Cruzeiro é fazer algo semelhante, mas que a tarefa será difícil.
“A gente vai dar um jeito, a gente vai recuperar. A situação financeira continua muito crítica. Eu fiz aportes importantes para pagar as dívidas imediatas, que são muitas. Nós temos desafios gigantes pela frente. É muito bom saber que na área esportiva a gente está indo muito bem. A gente tem que garantir o acesso à primeira divisão e a partir daí começar a diminuir a dívida”, comenta.
Futuro do futebol, hexa e Neymar
Ronaldo acredita que o modelo adotado pelo Cruzeiro, de SAF (Sociedade Anônima de Futebol) e aquisição por empresários, será o futuro do futebol, e que os clubes que não aceitarem isso ficarão para trás.
“Não dá mais para ser amador no futebol. Talvez Flamengo e Corinthians não façam o modelo do Cruzeiro, de SAF, de ter um dono, mas vão ter que mudar. Foi assim com o Barcelona e o Real Madrid. Tem que profissionalizar, melhorar os seus processos internos, diminuir custos. É um caminho sem volta.”
O fenômeno também se mostra esperançoso quanto à conquista do hexa pelo Brasil na próxima Copa do Mundo, que será realizada em novembro, no Catar.
“Acredito que o Neymar vai ser o nosso grande carregador de piano. Se ele tiver voando, bem fisicamente, acho que nós temos uma grande chance de ganhar a Copa. Nós temos uma mistura boa de jovens e experientes. O Neymar tem que ser o carro-chefe, o que carrega o piano.”