Dólar alcança maior valor desde fevereiro; o que está acontecendo?

Nesta segunda, 20, o dólar fechou o dia em alta novamente, com os investidores mirando as atenções nas notícias políticas locais e e em sinais a respeito da trajetória da das taxas de juros no mundo. Junta-se a isso, os medos no Brasil a respeito do próximo presidente da Petrobras.

O dólar subiu 0,85% sendo negociado a R$5,1867 ontem. Este foi o maior patamar alcançado pela moeda norte-americana desde o dia 14 de fevereiro, quando ela ficou em R$5,2186.

Na última sexta, 17, o dólar fechou o dia com uma alta de 2,32%, a R$ 5,1432. A partir do resultado de onde, a moeda passou a acumular uma alta de 9,16% no mês. Considerando o ano, ainda tem desvalorização de -6,96% frente ao real.

O Ibovespa ainda está tentando se reerguer da queda registrada na semana pasada. O indicador registrou uma alta de 0,03%, a 99.853 pontos.

O que vem afetando o mercado?

No Brasil, o mercado vem sendo afetado pelas preocupações com o crescimento econômico do mundo, pela proximidade das eleições presidenciais e por conta do futuro da Petrobras após o pedido de demissão de José Mauro Coelho do cargo de presidente-executivo.

O executivo sai do comando da estatal em meio a forte pressão que a empresa vem sofrendo, especialmente após o mais recente reajuste de preços da gasolina e do diesel na última semana. José Mauro é o terceiro presidente da Petrobras a sair do cargo em um cenário de insatisfação do governo com a política de preços adotada pela estatal.

“Isso contribui para a aversão a risco no Brasil que já estávamos vendo”, falou à Reuters Michelle Hwang, estrategista de câmbio e juros do BNP Paribas. De acordo com ela, o investidor estrangeiro possui muita facilidade em retirar recursos do mercado doméstico ao sentir o mínimo sinal de incerteza, o que justifica a alta acentuada e rápida que a moeda tem tido recentemente.

Já no exterior, os olhos permanecem voltados para a trajetória das taxas de juros como forma de segurar a inflação e nos temores de uma possível recessão global. O feriado americano de emancipação dos escravos limita o volume das negociações nos mercados financeiros.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.