No início de maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic para 12,75% ao ano. Com isso, seguiu acontecendo uma migração, principalmente dos mais ricos, para o investimento de renda fixa. Os números integram a pesquisa mensal da Smartbrain, divulgados pelo Valor.
O levantamento foi realizado com base na plataforma da Smartbrain, que processa diariamente mais de 240 mil extratos de investimentos. O patrimônio total analisado supera os R$ 250 bilhões.
A pesquisa considera carteiras de investidores dos setores do varejo (com participação de 29,57%), alta renda (41,08%), private (25,81%) e ultra high (3,54%).
Investimento de renda fixa está em alta entre os ricos
Conforme o estudo, em maio, os fundos multimercados seguiram com a maior participação entre os investidores. No entanto, a participação desses ativos registrou queda novamente. Entre abril e maio, o percentual recuou de 40,74% para 39,59%.
A locação em ações e fundos de ações também apresentou queda. A participação em maio foi de 13,08% das carteiras.
No sentido oposto, a parcela de renda fixa — que abrange fundos dessa classe, e também títulos públicos e títulos privados — aumentou. O percentual saltou de 35,29% para 36,47%, entre abril e maio.
Renda fixa fica mais atrativa após aumento da Selic
Na última quarta-feira (15), de forma unânime, o Copom aumentou a taxa Selic de 12,75% para 13,25% ao ano. Com isso, a taxa básica de juros passou a registrar o maior patamar desde dezembro de 2016. Na ocasião, os juros estavam em 13,75% ao ano.
A decisão da autoridade monetária torna maior os rendimentos de investimentos de renda de aplicações que acompanham a Selic — como títulos do Tesouro Direto, títulos privados e CDBs (Certificados de Depósito Bancário).
Apesar do reajuste recente, o Banco Central deve continuar com o aperto monetário. Em comunicado, o Comitê informa antever uma nova elevação dos juros na próxima reunião, que acontecerá no começo de agosto. Segundo o Copom, a alta será “de igual ou menor magnitude”.
Ao subir a taxa básica de juros, o BC busca controlar a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No acumulado de 12 meses até maio, o indicador encerrou em 11,73%.