Onde e como investir com o novo aumento da taxa Selic?

Pontos-chave
  • O aumento da taxa Selic torna a renda fixa mais atrativa;
  • Especialistas consideram ativos pós-fixados como boas opções;
  • Ainda há quem considere papéis de inflação.

Na reunião desta quarta-feira (15), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a taxa Selic de 12,75% ao ano para 13,25% ao ano. Essa decisão causa impacto direto na área dos investimentos, de modo a fazer muitos se perguntarem onde e como investir com o novo aumento da taxa Selic.

Onde e como investir com o novo aumento da taxa Selic?
Onde e como investir com o novo aumento da taxa Selic? (Imagem: Montagem/FDR)

A decisão do Banco Central foi tomada por unanimidade. Este foi o décimo primeiro aumento seguido da taxa Selic. Além disso, a taxa básica de juros chega ao maior nível desde dezembro de 2016.

Apesar do aumento recente, a autoridade monetária diminuiu o ritmo do aperto monetário. O indicador subiu 0,5 ponto percentual na reunião recente, após duas elevações consecutivas de 1 ponto percentual.

O reajuste da Selic causa alguns reflexos na vida dos brasileiros. Por um lado, o aumento visa controlar a inflação. Isso por meio do aumento do custo do crédito e queda do consumo.

Já por outro, a elevação torna maior o rendimento de investimentos de renda fixa, principalmente os atrelados ao CDI e à Selic.

Onde investir com o novo aumento da taxa Selic

Conforme agentes de mercado apurados pelo InfoMoney, existem diversos pontos de consenso. No entanto, também há certas divergências no modo como optam por guiar a alocação de ativos, a partir de agora.

Há quem considere que, atualmente, ainda é necessário ser o mais conservador possível, aplicando em ativos pós-fixados — que seguem a Selic ou CDI, que agora fica próximo de 13,15% ao ano.

Esse é o entendimento da economista e sócia-fundadora da Nord Research, Marília Fontes. Segundo ela, para que a taxa Selic caia, a inflação deve estar controlada, o que é um cenário “fora da realidade”.

A economista recomenda evitar os títulos longos prefixados ou ligados ao IPCA. Para quem deseja ter um pouco deles na carteira, conforme Marília, há a opção de efetuar uma alocação de curtíssimo prazo — com vencimento em até um ano.

De modo geral, os analistas ainda consideram os pós-fixados boas opções. Contudo, ao contrário de Marília, existem os que já inserem um pé na inflação, com bastante cautela. Desse modo, há o objetivo de assegurar preços convidativos antes de começar o ciclo de queda da taxa básica de juros.

No entendimento do estrategista de investimentos do Santander, Arley Junior, os ativos indexados ao IPCA proporcionam taxas atrativas. Esses investimentos funcionam como uma proteção de patrimônio frente ao aumento da inflação — que ainda pode surpreender os agentes do mercado.

Apesar disso, o especialista recomenda limitar a alocação e os prazos — até 2028. Ele tem preferência por crédito privado (debêntures, CRI, CRA) e fundos de previdência).

Também existem perspectivas mais arrojadas. Esse é o caso do sócio-diretor de Renda Fixa da Empírica, Renato Lazaro Ramos.

Neste sentido, para os investidores de longo prazo — com objetivo de carregar o investimento até o vencimento e sem urgência de liquidez — a melhor opção são os títulos longos ligados ao IPCA, sejam corporativos, públicos ou fundos de crédito.

No caso de quem tem disposição a tomar risco, os especialistas ressaltam os fundos multimercados e fundos imobiliários de “papel”, especialmente os que aplicam em recebíveis, que seguem o IPCA ou CDI.

Já na bolsa de valores, pelo desconto recente, as ações são atrativas. Contudo, existe a indicação de escolher atentamente os ativos de setores resiliente ou favorecidos pelo aumento dos juros.

As aplicações devem ser realizadas conforme o perfil de investidor dos interessados
As aplicações devem ser realizadas conforme o perfil de investidor dos interessados (Imagem: Montagem/FDR)

Como investir com o novo aumento da taxa Selic

Para realizar as operações, o interessado precisa criar conta em alguma plataforma de investimentos que ofereça a respectiva aplicação de interesse. Após isso, será necessário transferir dinheiro para a conta que foi aberta.

De qualquer modo, antes de realizar as aplicações, o interessado precisa descobrir seu perfil de investidor. Este é um questionário que coleta informações sobre o nível de tolerância ao risco e experiência dos investidores.

Por meio dessas respostas, há a definição do perfil. Este auxilia a pessoa a realizar decisões mais conscientes, assertivas e seguras.

Vale destacar que o perfil de investidor é uma exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Esta é uma obrigatoriedade para todos que desejam realizar aplicações.

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Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.