Economia: Guedes afirma que dias piores estão por vir, veja o que deve encarecer no Brasil

Pontos-chave
  • Guedes faz projeção pessimista sobre o cenário econômico mundial;
  • Ministro garante que o Brasil não será atingido;
  • População brasileira sofre com alta no preço de produtos básicos.

Até mesmo o ministro da economia, Paulo Guedes, não parece nada feliz com o cenário econômico mundial. Ele compareceu nesta segunda-feira, 20, no evento que comemorou os 70 anos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na ocasião, fez um pronunciamento pouco otimista sobre a economia. 

Economia: Guedes afirma que dias piores estão por vir, veja o que deve encarecer no Brasil
Economia: Guedes afirma que dias piores estão por vir, veja o que deve encarecer no Brasil (Imagem: Montagem/FDR)

Durante seu discurso oficial, o ministro analisou o cenário no exterior. Ao citar os Estados Unidos e os países da Europa, Guedes disse acreditar que “(…) veremos dias bem piores à frente. Os países vão rever crescimento para baixo.

Ao ser questionado sobre como fica o cenário brasileiro dentro dessa previsão pessimista sobre a economia mundial, Guedes garantiu que o país não será fortemente afetado.

O ministro disse acreditar que as alterações do cenário exterior não devem ser motivo de preocupação para o povo brasileiro. Já que o país depende “dele mesmo para crescer”, e que vive sobre uma “dinâmica própria de crescimento”.

Ainda assim, o povo tem sentido os impactos do exterior. A política de preço dos combustíveis adotada pela Petrobras, por exemplo, usa como referência o barril de petróleo mundial e o câmbio.

Logo, as mudanças no exterior são refletidas no preço dos combustíveis dentro da estatal, nas refinarias e por consequência chegam até as bombas.

Nesta segunda-feira, 21, por exemplo, foi divulgada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) uma pesquisa sobre o preço dos produtos. O maior valor encontrado entre os dias 12 e 18 de junho foi de R$ 8,990.

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Economia brasileira

Nesta terça-feira (21), o Monitor do PIB (Produto Interno Bruto), da FGV (Fundação Getulio Vargas) mostrou crescimento. A alta na atividade econômica em abril foi de 0,3% quando comparada ao mês de março.

Até abril deste ano de 2022, acredita-se que o acumulado do PIB chegou a R$ 2,987 trilhões. O setor da agropecuária e da indústria têm participação positiva nestes resultados.

No entanto, embora os números mostrem crescimento, a população brasileira tem sentido fortemente os impactos da alta dos preços de produtos básicos.

Em 10 de junho o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a renda per capita dos brasileiros caiu pelo segundo ano seguido, em 2021.

A intensidade da perda para 6,9% em 2021, e assim a renda per capita dos brasileiros chegou a R$ 1.353, o menor da série da pesquisa.

Alguns serviços considerados básicos sofreram reajuste, por exemplo: alimentos da cesta básica, combustível, transporte, conta de energia.

Cesta básica

Com base em dados divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a CNN informou que o valor médio da cesta básica no Brasil é de R$ 663,29. 

A quantia representa pelo menos 55% do atual salário mínimo no país, que hoje é de R$ 1.212. Este é maior percentual atingido desde o ano de 2004.

São considerados 16 produtos vendidos nos estados brasileiros, como: arroz, feijão, leite, batata e produtos de higiene.

De acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, hoje no país existem pelo menos 33 milhões de brasileiros vivendo em insegurança alimentar. 

Em entrevista à CNN, o professor Alberto Ajzental, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), relaciona a diminuição no poder de compra do brasileiro com a educação dos jovens.

Através da educação formal que esses jovens teriam uma chance de quebrar o ciclo, mas eles têm que ir cedo pro mercado de trabalho. Então todo mundo tem que trabalhar desde cedo pra fazer frente as altas despesas.“, explica Ajzental.

Políticas públicas

Para tentar diminuir os impactos da alta da pobreza e da inflação, o governo federal tem buscado aplicar políticas públicas no país. Como com a criação de benefícios de assistência social.

Um exemplo é o Auxílio Brasil, programa que paga no mínimo R$ 400 para 18,1 milhões de famílias cuja renda per capita varia de R$ 105 a R$ 210. Além da implementação do vale-gás no valor de R$ 53 bimestral para 5 milhões de famílias.

Outra ação é a Tarifa Social, cuja inscrição garante a diminuição em até 65% no valor da conta de luz.

Para ser beneficiado por algum programa do governo federal é necessário estar inscrito no Cadastro Único, plataforma usada para as seleções. A inscrição é feita por meio de uma unidade de assistência social no município.

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Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com
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