Grupo de investidores deixa dinheiro na Poupança e deixa de ganhar até R$ 2,5 bilhões ao ano

A poupança segue sendo o investimento principal de grande parte dos brasileiros mesmo em casos de pessoas que poderiam acesso a outras modalidades mais rentáveis de forma mais fácil. 

De acordo com dados de abril revelados pelo FGC (Fundo garantidor de Créditos), existem atualmente cerca de 24 mil contas de poupança com saldo superior a R$1 milhão. O montante somado destas contas chega a R$51,9 bilhões em aplicações, resultando em uma média de cerca de R$2,2 milhões por conta.

Na visão de analistas e economistas, é impossível aconselhar neste momento manter tanto dinheiro na poupança, justamente por conta do rendimento. A poupança remunera os depósitos com juros de 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano, acrescido da variação da Taxa Referencial (TR), que durante anos ficou zerada.

Já a taxa básica de juros, Selic, que atualmente está em 12,75 ao ano, pode subir para mais de 13% após a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que acontece hoje, 15.

Estes “milionários da poupança”, perdem dinheiro ao insistir em manter seu patrimônio na caderneta. De forma exata, por ano, eles deixam de ganhar até R$ 2,5 bilhões por não mandar seu dinheiro para outras modalidades mais rentáveis.

Esta simulação foi realizada pela head de renda fixa da XP Investimentos, Camilla Dolle, para o InfoMoney, que comparou quanto os R$ 51,9 bilhões que pertecem a esse grupo renderia a mais casso fossem aplicados em outros papéis. Na poupança, esse valor se converteria em R$ 55,9 bilhões ao final de um ano.

Caso a opção fosse por outras modalidades, tão garantidas ou mais que a caderneta, o rendimento seria muito maior. No Tesouro Selic, título público pós-fixado disponível no Tesouro Direto, o valor final aumentaria para R$ 57,9 bilhões, já com desconto do Imposto de Renda.

O montante conseguiria rendimentos ainda mais altos em títulos bancários. Com um CDB que rendesse 110% da taxa do CDI (mais importante indicador de rendimento da renda fixa), o montante subiria para R$ 58,1 bilhões. E com uma LCA (letra de crédito do agronegócio) a 95% do CDI, chegaria a R$ 58,4 bilhões.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.