Governo Federal faz apelo para a Petrobras visando evitar uma crise dos combustíveis

O Governo Federal fez um novo apelo para a Petrobras conter novos reajustes no preço dos combustíveis. A intenção do Executivo Federal é fixar os valores nos preços atuais até que a votação dos projetos sobre redução da gasolina, diesel, gás de cozinha e energia sigam no Congresso Nacional.

Governo Federal faz apelo para a Petrobras visando evitar uma crise dos combustíveis
Governo Federal faz apelo para a Petrobras visando evitar uma crise dos combustíveis. (Imagem: Montagem/FDR)

Ainda assim, a diretoria da Petrobras se mantém resistente à ideia. Há algum tempo a estatal tem alertado o Governo Federal sobre a existência de uma defasagem cada vez maior entre os preços cobrados internamente. Além do que, o valor do petróleo no mercado internacional é uma preocupação constante, especialmente devido ao recente aumento. 

Há 96 dias o preço da gasolina segue sem nenhum aumento oficial por parte da Petrobras. Enquanto isso, o diesel está congelado há 33 dias. A desconfiança no mercado de combustíveis é que a Petrobras esteja vendendo a gasolina e o diesel nas refinarias com, aproximadamente, 20% de defasagem em comparação aos preços internacionais. 

Em várias ocasiões a estatal explicou e reforçou que a manutenção de uma disparidade nos preços pode gerar o desabastecimento do mercado local. Este risco afeta, principalmente, a comercialização do óleo diesel, que depende da importação. 

Líderes debatem preços dos combustíveis

Visando esclarecer todos os pontos acerca de possíveis reajustes no preço dos combustíveis, o Governo Federal participou de uma reunião com a Petrobras na última terça-feira, 14.

Na ocasião estiveram presentes o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida; o presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho; o diretor de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella; e o presidente do Conselho de Administração da estatal, Márcio Weber.

No entanto, os integrantes disseram que não conseguiram chegar a nenhum acordo a partir dessa reunião. Enquanto isso, o preço dos combustíveis continua sendo um dos principais motivos de dor de cabeça para o Governo Federal. 

Isso porque, os reajustes feitos pela Petrobras têm o poder de promover a alta da inflação em dois dígitos. Nos últimos 12 meses, o preço da gasolina teve uma alta de 28,73%, o gás de cozinha ficou 29,39% mais caro, o mesmo aconteceu com o óleo diesel em 52,27%. 

Preço dos combustíveis afetam eleições

O presidente da República, Jair Bolsonaro, é pré-candidato às eleições de 2022 visando se manter na chefia. A contenção dos preços dos combustíveis se tornou uma das principais promessas de campanha para se reeleger, tendo em vista que poderá beneficiar um dos grupos de apoiadores, os caminhoneiros. 

Como estratégia na tentativa de barrar os aumentos, ele trocou a presidência do Ministério de Minas e Energia e da Petrobras, ambos em um prazo inferior a dois meses. Atualmente, deu início a negociações junto ao Congresso Nacional através da apresentação de um projeto que reduz o preço da gasolina em R$ 1,65 o litro e em R$ 0,76 o diesel. 

O pedido do governo é para que a Petrobras contenha os preços, pelo menos, até a votação dos projetos em trâmite no Congresso.

Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.