Na madrugada desta quarta, 25, o ministro da Economia Paulo Guedes, afirmou que, por conta da inflação alta, uma recomposição salarial de até 5% para servidores públicos federais seria possível. O ministro está participando do Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça.
“Perdas acontecem: tem uma guerra e as pessoas perdem um pouco. Todo mundo perdeu, no mundo inteiro. O que você faz é (perguntar): daqui pra frente, é possível manter? A inflação acumulada desse ano foi 5% até agora. É possível repor o funcionalismo desse ano? Sim até 5% dá. Essa que é a conversa hoje lá”, afirmou Guedes.
De acordo com Esteves Colnago, secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, um reajuste como este provocaria um bloqueio de R$16,2 bilhões no Orçamento de 2022. Obedecendo a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o governo pode destinar verba para este aumento até o fim do próximo mês.
O presidente Jair Bolsonaro é a favor da medida, pois vê nela uma forma de aumentar sua popularidade no funcionalismo. Na última terça, 24, em meio a um debate na Câmara dos Deputados, representantes de servidores federais teceram críticas sobre a falta de negociação para a recomposição salarial.
Durante a discussão, Sérgio Ronaldo, o representante do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), afirmou que o Ministério da Economia fala do assunto apenas na imprensa. “Não tem essa de 5% garantidos, o que temos, na verdade, é a falta de respeito do governo com a classe trabalhadora”, disse.
Na visão de Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), esta é um caso inusitado. “Não temos uma mesa de negociação, estamos no meio da pandemia, mas queremos uma palavra firme que diga qual é a política salarial do governo. Até agora não sabemos”,disse.
Energia limpa
Guedes também falou nesta quarta que o Brasil está destinado a se transformar num gigante da energia “limpa e barata” e disse que falou com europeus sobre investimentos no país. Ele participava de um evento que tratava da dívida global no Fórum Econômico Mundial em Davos.