O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou a possibilidade de fazer um reajuste de 5% nos salários dos servidores federais. A declaração foi feita durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, mencionando um percentual definido com base no resultado da inflação acumulada.
Na oportunidade, Guedes, declarou que as perdas acontecem, citando a guerra na Ucrânia como exemplo. Ele destacou que o conflito militar teve impactos por todo o mundo e, agora, o que deve ser feito é um questionamento sobre qual posicionamento manter de agora em diante.
Levando em consideração todos os fatores adversos que impactam diretamente a economia, ele chegou à conclusão de que é possível reajustar os salários dos servidores federais em 5%.
O ministro ainda mencionou a possibilidade de repor o funcionalismo de 2022, desde que não ultrapasse os 5% propostos por ele. Neste sentido, o secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, disse que um eventual reajuste de 5% nos salários dos servidores federais tem o poder de aumentar a capacidade de bloqueio do Orçamento de 2022 em até R$ 16,2 bilhões.
Entretanto, a decisão sobre os aumentos nos salários do funcionalismo público deve ser tomada até o final de julho. Este é o prazo previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Inclusive, o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que tem se empenhado para encontrar algum espaço no orçamento para beneficiar os servidores públicos.
É importante explicar que, o aumento nos salários dos servidores federais em 5%, terá um custo aproximado de R$ 6,3 bilhões ao Poder Executivo. Sem contar que esta não seria a única despesa aos cofres da União, pois o governo também precisaria investir R$ 1,7 bilhão na reestruturação das carreiras, quantia já reservada no Orçamento Federal.
Vale lembrar que, a princípio, a intenção do governo era direcionar os recursos somente aos agentes da segurança pública federal, como a Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Departamento Penitenciário Federal (Depen).
Na ocasião, a equipe econômica se manifestou contra a medida, em meio ao argumento de que a concessão desse reajuste seria capaz de pressionar outros setores do funcionalismo público.
Com a expectativa de que apenas forças policiais recebessem o montante, outras categorias reagiram, o que levou o governo a temer greve geral em pleno ano eleitoral, quando o presidente Jair Bolsonaro tentará mais quatro anos à frente do Planalto.