O novo VP de Relações Institucionais da Clear Corretora, Roberto Indech, considera que o momento atual do mercado ainda não reflete a volatilidade tradicional que ocorre com o dólar às vésperas de períodos eleitorais. A declaração foi realizada em entrevista ao InfoMoney.
O executivo ainda declara que a situação atual também não reflete uma deterioração das contas públicas. Isso decorrente de projetos de reajustes de servidores — em negociação atualmente.
Segundo o especialista, atualmente, existe mais impacto do aumento das commodities, como reflexo do panorama de guerra entre Rússia e Ucrânia, sobre o mercado de câmbio. Isso em comparação ao diálogo eleitoral e fiscal.
No entanto, Indech alega que, pela frente, está por vir essa “pressão adicional”. Segundo ele, “a volatilidade no câmbio aqui é muito forte”.
O especialista ainda declara que uma taxa de câmbio “mais próxima de R$ 6 do que R$ 4” reflete melhor a realidade do Brasil.
Panorama atual do dólar
Nesta segunda-feira (23), o dólar fechou em queda de 1,41%, cotado a R$ 4,8044. Este foi o terceiro recuo consecutivo da moeda norte-americana em relação ao real.
Na última sexta-feira (20), a moeda estrangeira tinha registrado queda de 0,89%, a R$ 4,8729. No acumulado deste mês, o dólar acumula redução de 2,79%. Já no ano, a desvalorização chega a 13,82%. Essa moeda começou o ano cotada a R$ 5,66.
Após a disparada no primeiro trimestre, o real, a partir de abril, perdeu fôlego. Diante disso, a moeda brasileira passou a se manter abaixo das máximas deste ano — de modo a oscilar conforme o desempenho do dólar no mercado internacional.
Atualmente, nos mercados, seguem preocupações de que o aumento da inflação e o aperto dos juros possam causar uma desaceleração da economia mundial.
Segundo especialistas apurados pelo UOL, a desvalorização recente do dólar, em parte, se deve às declarações de que a Europa poderá ter uma política monetária mais dura.
A valorização de outras moedas também vem impactando o cenário atual. Diversas unidades de nações emergentes — como rand sul-africano e pesos chileno e mexicano —, valorizaram no dia em meio à generalizada fraqueza da moeda dos Estados Unidos.