Nesta quinta-feira (19), o ministro da Economia, Paulo Guedes, demonstrou otimismo sobre a situação financeira brasileira. Segundo ele, o país já saiu do “inferno” da inflação. A declaração foi realizada em evento promovido pela Arko Advice e Traders Club (TC), em São Paulo.
Segundo Guedes, com a pandemia de coronavírus, comida e energia aumentaram em todo o mundo. Além disso, ele mencionou a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Apesar disso, o ministro afirma que o Brasil “se levantou rápido e saiu em ‘V’ da crise”. Ele alega que o país subiu mais que as economias avançadas.
Guedes ainda informa que as nações avançadas vêm enfrentando inflação elevada — e as taxas poderão chegar a dois dígitos. Na visão do ministro, estes países “estão indo para o inferno”.
“Nós já saímos do inferno; tentaram empurrar a gente para lá de novo, mas saímos”, declara Paulo Guedes.
Algumas horas depois de afirmação do ministro, o próprio Ministério da Economia anunciou uma elevação da estimativa da inflação oficial para este ano, de 6,5% para 7,9%.
De acordo com o Banco Central, analistas do mercado financeiro estimam que a inflação, ao final deste ano, será de 7,895. Para este ano, a meta de inflação, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,5% — com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Em abril, a inflação registrou um aumento de 1,06%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este foi o maior patamar para um mês de abril desde 1996, quando tinha sido de 1,26%.
No acumulado deste ano, a inflação acumula alta de 4,29%. Já no período de 12 meses, o índice acumulado aumentou para 12,13%.
Paulo Guedes comenta sobre possível segundo mandato
Paulo Guedes também afirmou que, em possível segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro, é “natural” permanecer no cargo de ministro da Economia.
“Se a coalizão seguir, é natural que eu ajude, que eu apoie, que eu esteja lá”, afirma o ministro.
Segundo apurado pelo colunista do g1, Gerson Camarotti, em uma conversa com Paulo Guedes, Bolsonaro afirmou ao ministro que a agenda de privatizações do governo somente irá “decolar” em um possível segundo mandato.