Para muitos, preparar a entrega da Declaração do Imposto de Renda é um momento difícil. É preciso separar documentos, preencher as informações de maneira certa e ainda, em alguns casos, pagar impostos atrasados. No entanto, este processo vem ganhando maneiras de facilitar a vida do contribuinte, como a declaração pré-preenchida, por exemplo. Mas e se o processo fosse ainda mais facilitado?
Na declaração pré-preenchida, a Receita Federal já fornece o documento com diversos dados inseridos. Desta forma, o contribuinte só precisa conferir para saber se tudo está correto antes de enviar a declaração.
Mas o processo de envio da declaração pode ser ainda mais simplificado. Imagine como seria o contribuinte abrir o programa do Imposto de Renda, aceita o compartilhamento de de dados financeiros, como rendimentos e investimentos, e sobre bens e direitos, imóveis e veículos, e o próprio programa da Receita Federal pegaria estas informações e preencheria automaticamente a declaração inteira rapidamente.
Neste novo processo, seria possível ainda reunir mais informações com grau de detalhamento alto e com poucos cliques antes de enviar a declaração.
Tudo isso só será possível com o Open Finance, que é a evolução do Open Banking e que, segundo especialistas procurados pelo InfoMoney, poderá agilizar a vida dos contribuintes com relação a suas obrigações com o Fisco.
“É uma realidade que vai chegar. A lógica já existe com a pré-preenchida, e o avanço seria adicionar o compartilhamento de Open Finance. Para o usuário, teria pouca diferença prática”, explicou ao InfoMoney Rogério Melfi, membro da ABFintechs e membro do grupo de trabalho de Open Banking no Banco Central.
De acordo com o que já vem sendo falado, seria possível compartilhar com a Receita Federal os dados principais de instituições financeiras para o programa do Imposto de Renda já ser remetido ao contribuinte preenchido.
“Esse compilado de informes é algo plausível. Por ora, seria algo que incluiria apenas o setor banking, devido ao escopo de autorização do Open Banking, mas, no futuro, corretoras e o setor de investimentos poderiam entrar nisso”, disse Ricardo Pandur, gerente sênior de estratégias e negócios da Accenture e especialista em Open Finance ao InfoMoney.