Dólar vai subir ou cair? Saiba o que esperar da moeda

Nesta segunda-feira (9), o dólar fechou em alta de 1,56%, a R$ 5,1544. Essa foi a terceira alta seguida da moeda norte-americana, que encerrou o pregão no maior nível em quase dois meses. Na máxima da sessão, o dólar chegou a ser negociado a 5,1599.

Dólar vai subir ou cair? Saiba o que esperar da moeda
Dólar vai subir ou cair? Saiba o que esperar da moeda (Imagem: Montagem/FDR)

Na última sexta-feira (6), a moeda americana tinha encerrado em alta de 1,17%, a R$ 5,0759. No acumulado deste mês, o dólar apresenta valorização de 4,29%. Apesar disso, neste ano, a moeda estrangeira ainda registra queda de 7,54% ante o real.

Recentemente, os investidores vêm migrando para a moeda dos Estados Unidos. O dólar é visto como um porto seguro em situações de alta inflação e juros, e risco de baixa econômica global.

Perspectivas sobre o dólar

Agora que o aperto monetário norte-americano passa a entrar nos valores dos ativos, surgem dúvidas sobre o futuro do câmbio.

Segundo especialistas apurados pelo Valor, os fundamentos que apoiaram o real nos primeiros meses seguem presentes. No entanto, os analistas alegam que o momento exige cautela.

Analistas do Bank of America alertam que “nem todo movimento de desvalorização é um ponto de entrada”. Os especialistas apresentam cautela sobre as moedas de países da América Latina. Contudo, eles observam o real como uma possível exceção.

Os profissionais acham que a liquidação aproximou o real de um ponto atrativo para voltar a ter posições compradas. Apesar disso, eles preferem “ser cautelosos e esperar por um melhor ponto de entrada.

De modo geral, os analistas acreditam que é possível esperar por uma volatilidade maior nos mercados da região. Isso ao mesmo passo que os juros dos Estados Unidos subam, que as projeções de crescimento da China se enfraqueçam, e que as estimativas domésticas sigam sendo “sombrias”.

Os especialistas declaram que, mesmo que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), na reunião da semana passada, não tenha sido tão agressivo, a inflação ainda não diminuiu.

Segundo eles, isso significa que o Fed precisará seguir aumentando os juros para conter as pressões de preços — o que significa que os sinais mais duros podem eventualmente retornar.

Ao mesmo tempo, mesmo que tenham sido positivas as notícias sobre a flexibilização política na China, “é improvável que indica uma rápida mudança na estratégia de ‘covid zero’ por enquanto”, afirmam.

Apesar de que o Bank of America possua um tom mais cauteloso sobre o real, outros bancos estrangeiros já voltam a observar positivamente posições compradas na moeda brasileira.

Os profissionais observam que — além dos fundamentos que apoiaram o real seguirem presentes no cenário —, as posições técnicas estão mais “limpas”. Isso depois do recente movimento de alta do dólar no câmbio doméstico.

Já o profissionais do BTG Pactual, por sua vez, seguem prevendo que o dólar encerre o ano a R$ 4,80. Contudo, eles possuem cautela com o curto prazo.

Eles informam que seus balanços de risco ficou mais pessimista na margem. Isso especialmente por conta do cenário internacional mais desafiador para nações emergentes.

Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.